No começo deste mês de julho, a encarroçadora gaúcha Marcopolo realizou um encontro em sua sede localizada em Caxias do Sul, para receber os investidores, visando uma abordagem mais detalhada sobre as questões relacionadas com os seus negócios, como o atual cenário de mercado, frente à retomada econômica, e a perspectiva de futuro. De acordo com a fabricante, ainda foi ressaltado as boas expectativas de entregas para o segundo semestre deste ano, onde o bom desempenho das vendas de rodoviários foi lembrado, com a retomada do turismo, bem como a recuperação do transporte público urbano e escolar.

Segundo James Bellini, CEO da Marcopolo, a trajetória da empresa entre 2020 e 2021 exigiu uma reestruturação inédita em meio aos efeitos negativos da pandemia de Covid. “Consolidamos as operações brasileiras em três fábricas, elevando a eficiência e diluindo as despesas; redimensionamos as operações internacionais; reduzimos em 30% o nosso custo fixo; modernizamos a estrutura de gestão; investimos em novos produtos, com os lançamentos da G8 e do elétrico Attivi”, observou ele.

Em 2022, de acordo com o executivo, houve uma recuperação gradual e consistente da rentabilidade; a Geração 8 de carroçarias é um sucesso; a demanda por ônibus está crescente e as exportações em alta. “Isso fez que mantivéssemos nossa solidez financeira e liderança de mercado”, completou Bellini.

José Antonio Valiati, CFO e diretor de Relações com Investidores da Marcopolo, destacou que a Marcopolo é protagonista no mercado mundial de ônibus, referência em tecnologia e líder no mercado brasileiro. “A imersão permitiu aos participantes uma visão mais detalhada sobre nossas perspectivas nos mercados interno e externo, além de um panorama das iniciativas de inovação que resultam em processos e produtos para o futuro da mobilidade”, disse.

Já André Armaganijan, diretor de Operações Internacionais da Marcopolo, ressaltou que a fabricante continua com seu processo de expansão de mercados pelo mundo, visando atender países como Estados Unidos, localizados no continente africano, no Oriente Médio e, também, na Ásia. “Desenvolvemos, em nossa planta mexicana, um micro-ônibus idealizado para o mercado norte-americano. Além disso, queremos ampliar nosso comércio com a África e o Oriente Médio, bem como buscar parceiras no mercado asiático. No tocante a América Latina, somos líderes, com uma rede de representação reconhecida pelas vantagens competitivas. Recentemente, fizemos significativas vendas para o segmento da mineração e do transporte massivo”, explicou Armaganijan.

No mundo, a Marcopolo possui plantas, com participação, na América do Norte (74% da Polomex; 9,3% da New Flyer), Colômbia (50% da Superpolo), Argentina (70% da Metalsur), África do Sul (100% da Masa), Austrália (100% da Volgren). “Passamos por anos difíceis nas operações externas e após um grande trabalho de reestruturação, melhorando a eficiência operacional, com ajustes administrativos e na linha de produção, além do investimento em novos produtos globais”, afirmou o diretor de Operações Internacionais.

Quanto ao processo de eletromobilidade no transporte coletivo, a encarroçadora reforça seu compromisso no desenvolvimento de tecnologia própria, com medidas para se tornar protagonista na mobilidade sustentável. Segundo João Paulo Ledur, diretor de Estratégia da Marcopolo, o ecossistema de eletrificação da fabricante envolve muitos aspectos com o novo formato de negócios. “Nosso primeiro veículo integral, o modelo Attivi, tem tecnologia nacional (50% com conteúdo local), com um projeto modular que atende as diferentes demandas e aplicações do mercado brasileiro e internacional, o que reforça nosso posicionamento de descarbonização do transporte”, ressaltou Ledur.

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