A evolução das baterias tradicionais

O avanço da tecnologia contribui para a manutenção de algo tão essencial nos veículos comerciais

Até que as baterias de lítio ou de outros componentes químicos (inovadores) predominem no mercado automotivo brasileiro, as tradicionais baterias de chumbo-ácido continuam dominando o segmento. Podemos ver que o avanço da tecnologia dos veículos é contínuo e que as baterias também precisam avançar. Nesse sentido, os modelos avançados EFB (Enhanced Flooded Battery) e até AGM (Absorbent Glass Mat) apresentam crescimento rápido no segmento de ônibus.

Foi o que informou a fabricante Clarios, ressaltando que os novos veículos estão saindo de fábrica com recursos aprimorados de segurança e de assistência ao motorista, incorporados de acessórios como Wi-Fi, câmeras e sistemas de pagamento, que exigem uma energia muito maior do que as baterias tradicionais do tipo SLI (Starting Light Ignition), aquelas para veículos comuns.

Luiz Fernando da Cruz, engenheiro de produtos da Clarios (proprietária da marca de baterias Heliar), destacou o avanço da tecnologia dos veículos, dizendo que as baterias também precisam avançar tecnologicamente. “Por isso, a demanda de baterias avançadas EFB e até AGM cresce rapidamente neste segmento”, sintetizou.

As baterias Heliar equipam os ônibus da Mercedes-Benz, Volvo e Scania, com amperagens que vão de 105 a 225 Ah. Tal marca também está presente em 8 de cada 10 veículos pesados fabricados no país. Para Cruz, o uso da bateria é mais severo quando comparado a carros de passeio (de uso não profissional) e, por serem mais robustas, fato que necessita de baterias do tipo EFB, pois permitem uma maior vida útil. “A tecnologia de bateria EFB tem uma vida útil maior do que as convencionais, isso faz com que o frotista e/ou prestador de serviços de entregas reduza o período de manutenção do veículo. Dessa forma, pode-se rodar mais com a mesma bateria, reduzindo custos e aumentando a eficiência”, explicou.

Em linhas técnicas, a construção da bateria EFB é bem similar à SLI, sendo que ambas contam com placas positivas e negativas, separador de polietileno e eletrólito de ácido sulfúrico mais água. Mas, a EFB recebe aditivos diferentes na massa que compõem as placas e um reforço com uma tela de poliéster ou fibra de vidro na placa positiva, o que permite que esse tipo de bateria faça mais ciclos, em comparação a uma SLI convencional.

Tanto a versão EFB, como a AGM, são projetadas para serem acionadas com uma maior frequência do que as baterias SLI (convencionais), incorporando características que fazem com que possam sofrer descargas mais profundas, por mais vezes, com uma velocidade maior de recarga, podendo ainda, trabalhar com um regime de carga parcial.

Outro detalhe é que, mesmo nos veículos totalmente elétricos, as baterias avançadas chumbo-ácido EFB e AGM continuam a desempenhar um papel importante no que diz respeito à segurança funcional, protegendo diversas funções, como luzes, freios, direção e outros sistemas no veículo, bem como, na partida do trem de força elétrico. No Brasil, já há ônibus elétricos equipados com baterias Heliar EFB 225Ah.

Imagem – Divulgação

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