Como equacionar o problema de infraestrutura dos Sistemas de Transporte – A solução de Porto Alegre para os abrigos de ônibus

Os novos abrigos serão instalados em pelo menos 50 bairros de Porto Alegre, beneficiando moradores do centro expandido, como também das zonas mais afastadas do centro histórico como é o caso do Sarandi, Rubem Berta, Restinga e Lomba do Pinheiro

Por Diego Buss – Engenheiro civil e Coordenador de Planejamento de Operações de Transporte da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) de Porto Alegre e integrante do Mova-se Fórum de Mobilidade. 

As pessoas que viajam de carro estão protegidas das chuvas, do sol e ainda pelo cinto de segurança e airbags em seus veículos dos danos provocados por acidentes. Mas, quem depende do transporte coletivo para seus deslocamentos passa por um cenário difícil, tendo que esperar o ônibus muitas vezes em acostamento, sob um pedaço de grama sem sombra, sem abrigo, sem assento, sem recipiente de lixo e com pouca segurança ou nenhuma acessibilidade para chegar ao ponto de passageiro.

Pesquisas realizadas pelo mundo todo comprovam que a comodidade do ponto de parada dos ônibus faz uma enorme diferença para os passageiros, reduzindo significativamente a sensação do tempo de espera do transporte coletivo e aumentando a sensação de segurança. É por esse motivo que as paradas de ônibus devem ser locais dignas de espera para consolidar a entrega de um serviço eficiente e atrativo para os clientes.

A cidade de Porto Alegre possuí 5.721 pontos de paradas de ônibus, sendo que destas 4.339 dispõe de abrigo, o que representa 75,84%. Os demais 1.382 se caracterizam de maneira geral como pontos de desembarque e são sinalizados apenas com poste e placa I-23 para indicar o ponto de parada.

Apesar dos pontos de parada de Porto Alegre possuírem um certo nível de conforto, a pesquisa realizada pela EPTC em conjunto com a WRI apontou condições não muito favoráveis dos abrigos de ônibus de Porto Alegre, refletindo na satisfação e no tempo de espera do passageiro.

Para melhorar o conforto e a comodidade dos clientes, em 2019, Porto Alegre divulgou o programa de qualificação do mobiliário urbano da cidade com a Concessão dos Abrigos de Ônibus. Em 2020, divulgou o edital de concorrência pública de nº 13/2020.

O vencedor do edital será responsável pelo fornecimento, instalação e manutenção de abrigos de ônibus, com a contrapartida da concessionária promover a exploração publicitária destes equipamentos.

O contrato de concessão prevê a instalação de 1.507 abrigos de ônibus na cidade, 100 câmeras de monitoramento, 180 painéis que informam sobre os serviços, além de 75 abrigos sustentáveis.

Os novos abrigos foram classificados em tipo A e B, sendo que a estrutura do tipo A irá ter dimensões com quatro metros, na seção longitudinal e dois metros na seção transversal. Já os abrigos do tipo de B, irão ter dimensões três metros, na seção longitudinal, e dois metros na seção transversal.

O modelo conceitual dos novos abrigos dispõe de equipamentos de proteção contra sol, chuva, radiação UV, granizo, vento etc. Eles terão iluminação, tomadas USB, assentos, espaço para cadeirante, piso podotátil e painel informativo.

Abaixo, a imagem com o modelo conceitual dos abrigos que devem ser instalados na concessão dos mesmo em Porto Alegre:

Fonte: Adaptado de EPTC (2019)

Os novos abrigos serão implantados em pelo menos 50 bairros de Porto Alegre, beneficiando moradores do centro expandido e ainda das zonas mais afastadas do centro histórico, como é o caso do Sarandi, Rubem Berta, Restinga e Lomba do Pinheiro.

A seguir, o mapa ilustrativo com a localização dos pontos de paradas que obrigatoriamente irão receber os novos abrigos:

Fonte: ObservaMOB EPTC (2020)

A concessão dos abrigos de ônibus de Porto Alegre vai qualificar os pontos de parada, garantindo maior conforto e praticidade para os clientes, proporcionando maior segurança nas paradas e seu entorno, além de previsibilidade para o próximo horário de ônibus e na perspectiva da paisagem urbana, sendo que eles deverão estimular a convivência local.

Imagem inicial – Divulgação

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