Com a escalada de preços dos combustíveis, em especial do diesel, a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) se mostra ainda mais preocupada em virtude da perda de rentabilidade dos operadores e da necessidade de reajustes dos valores das tarifas, impactando negativamente na vida dos passageiros. O diesel move a frota nacional de ônibus urbanos e de caráter urbano e é um insumo fundamental para a prestação desse serviço essencial à população brasileira e à economia do País.
Segundo a NTU, o diesel responde em média por 26,6% do custo total das empresas operadoras e com os reajustes aplicados ao diesel este ano, a alta acumulada chega a 51% no preço do combustível, o impacto direto no custo das empresas operadoras do transporte público por ônibus urbano é de 13,5%, o que deve ser repassado, de imediato, para as tarifas públicas naqueles sistemas de transporte que não têm subvenção pública.
Em nota, a entidade revela que a alta do diesel nos níveis atuais compromete de forma irreversível a recuperação do setor de transporte público, que registra prejuízo de mais de R$ 16,7 bilhões acumulado no período de março de 2020 a junho de 2021 em função da queda da demanda de passageiros pagantes, resultado das medidas de isolamento social para a contenção da pandemia da Covid-19. A crise já custou mais de 87 mil postos de trabalho no setor e levou à interrupção definitiva das atividades de 36 empresas operadoras.
Para a Fetranspor, Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, a alta acumulada de mais de 51% no preço do óleo diesel em 2021 torna insustentável a operação das empresas de ônibus diante da maior crise econômica enfrentada pelo transporte público no Estado do Rio de Janeiro. De acordo com a entidade fluminense, o novo reajuste pressiona ainda mais o setor de ônibus, que vive o seu esgotamento financeiro devido ao aumento dos custos de operação nos últimos três anos sem a compensação tarifária adequada, comprometendo a prestação de um serviço essencial à população e considerado um direito social na Constituição.
Com a alta do diesel neste patamar, a Fetranspor informou que impossibilita a recuperação do setor de transporte público, que registra prejuízo de mais de R$ 2 bilhões desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, sendo que a crise já custou mais de 20 mil postos de trabalho do setor de transporte e levou à interrupção definitiva das atividades de 16 empresas operadoras, levando outras 13 e mais dois consórcios operacionais a pedidos de recuperação judicial.
O Brasil é rico em novas possibilidades energéticas e os seus governantes precisam, urgentemente, adotar políticas que permitam o maior uso dessas alternativas, bem como disponibilizar preços adequados, tanto do diesel, como de outros combustíveis para o transporte coletivo.
Imagem – Arquivo
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