Levantando a tampa do baú

Na memória do transporte, um negócio que foi muito expressivo para cliente e montadora

Há mais de 60 anos, uma significativa compra de ônibus marcou a época, assim anunciava a peça publicitária da então operadora Expresso Brasileiro de Viação (EBVL). O ano era 1958 ou 1959, pois não está identificada essa transação comercial entre a transportadora e a montadora Mercedes-Benz, que era recém instalada no País.

Segundo a publicidade, 150 novos ônibus foram adquiridos pela empresa que realizava os serviços entre a cidade de São Paulo e os muitos destinos no estado paulista, como também no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Os veículos, todos do modelo O-321, monobloco, deram uma grande renovação na frota da transportadora.

Eram ônibus (então com novidades no mercado local) que possuíam janelas panorâmicas (inovação para a época), motor traseiro, outra singularidade para os produtos nacionais, poltronas reclináveis, o padrão de qualidade trazido da Alemanha, pois o modelo fora apresentando naquele país alguns anos antes, e uma característica singular – a falta da caixa de itinerário junto ao chapéu dianteiro (tal item estaria presente apenas na representação seguinte do ônibus). As muitas versões do modelo integral produzidas de 1958 até 1996 pela Mercedes-Benz no Brasil deram um tom muito positivo ao sistema de transporte rodoviário de passageiros.

Os números do Expresso Brasileiro impressionavam pelo porte naquela época – 5.500 funcionários, 450 ônibus, 30 garagens, 32 agências próprias e 30 mil passageiros transportados diariamente.

E, o respectivo modelo também esteve presente na frota da operadora concorrente do EBVL, a Viação Cometa, que também optou por ter o veículo em virtude das peculiaridades ressaltadas em suas operações.

Imagem – Acervo Tony Belviso

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *