Mendoza aposta em ônibus Scania a gás

Enquanto no Brasil a opção do gás natural ou biometano patina nos sistemas urbanos de transporte coletivo, na Argentina a realidade é outra, seguindo o conceito da economia operacional e a sustentabilidade ambiental

A Sociedade de Transporte de Mendoza – STM -, tornou-se a primeira empresa de ônibus da região Cuyana a implementar a tecnologia movida a gás com a aquisição de 20 ônibus Green Efficiency da Scania. A transportadora, que realiza os serviços do transporte coletivo da cidade de Mendoza, conseguiu reduzir o consumo e melhorar o conforto graças à chegada desses novos veículos. A empresa avaliou os resultados obtidos com o início da operação dos 20 ônibus GNV, com os quais transportam 30% dos passageiros que trafegam mensalmente em suas linhas. A ideia futura é ampliar a frota com esse tipo de motorização.

De acordo com a Scania Argentina, são quase 500 mil pessoas transportadas, por mês, pelos ônibus a gás da STM, que realizou o teste por vários meses e reconheceu que a mudança é altamente positiva, pois há uma economia de 38% no consumo de combustível, além de reduzir a poluição ambiental, sonora e o nível de vibrações. A STM iniciou essa mudança em 2021, com o objetivo de substituir unidades movidas a diesel e já adquiriu 20 unidades.

Daniel Vilches, presidente do Conselho de Administração da STM, disse que a ideia de pensar o GNV vem da mudança na matriz energética de Mendoza. “A STM está promovendo estas novas tecnologias para que o restante de sua frota de veículos possa ser abastecido com gás, que é um produto conveniente. Além disso, a cidade de Mendoza está em cima de uma ‘bolha de gás’, e é por isso que recorremos ao GNV”, observou.

O chassi da Scania tem a possibilidade de utilizar o biometano, uma ótima pegada de carbono

Já Jorge Vittar, gerente de Vendas de Ônibus da Scania Argentina, comentou que desde que a fabricante entrou em contato com a empresa STM, houve bons resultados com os testes dos ônibus. “A partir daí começamos a treinar os motoristas para otimizar o desempenho ao dirigir e o uso da tecnologia. São ônibus urbanos de baixo nível para passageiros entrarem e descerem, com quatro tanques de GNV e um alcance que rende em média 280 km”, explicou.

De acordo com a montadora, um importante fator é a joint venture realizada com um posto de abastecimento cativo de GNV, permitindo que haja um processo de abastecimento com tempo de oito minutos de cada ônibus.

Nessa linha de raciocínio em que se busca metas de redução das emissões poluentes do modal ônibus e dos sistemas de transporte coletivo sobre pneus, o Brasil poderia seguir o exemplo da Argentina e se tornar um líder mundial quanto a ter um programa governamental e operacional que contemple o uso de gás natural ou biometano (opção com alta viabilidade na pegada de carbono) e não, apenas, insistir em uma única solução tecnológica para trazer resultados práticos e positivos.

Imagens – Scania Argentina

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