Mulheres no volante não significam perigo constante

No mês das mulheres, salientar a presença feminina no transporte é a oportunidade para que elas possam se inserir, sem dúvidas, nesse mercado de trabalho. E, o título deste artigo, significa que elas conduzem veículos, empresas e os lares muito bem

São até melhores que os homens… Assim começo este artigo (comentando o título), mostrando que na cidade de Caçador, Santa Catarina, duas mulheres estão desafiando estereótipos e realizando seus sonhos enquanto motoristas de ônibus na empresa de transporte coletivo, Reunidas. Patrícia Aparecida Campos, 41 anos, e Adriana Marta Dick, 50 anos, são exemplos de determinação e paixão pela profissão.

Como seu pai e dois irmãos, Patrícia sempre soube que era sua vocação. “É uma profissão que está no sangue. O que mais gosto em ser motorista é conhecer novos lugares e me comunicar com as pessoas. Quando iniciei enfrentei vários desafios, como o preço mais baixo que me era oferecido no início, por ser mulher. Pelo mesmo motivo já teve pessoas se recusando a entrar no ônibus comigo, talvez por não confiar em mim, mas hoje isso já foi superado. Com o tempo passei a ser uma das motoristas preferidas”, destacou ela, que há dois anos e um mês está na Reunidas.

Já Adriana, é motorista de ônibus há um ano e meio. “Escolhi essa profissão porque sempre amei dirigir, viajar e me sentir assim, realizada todos os dias”. Antes disso, ela havia explorado outras áreas profissionais, mas sempre nutriu um amor pela condução e viagens. Na Reunidas, dirige os ônibus há cinco meses. “O que mais me atrai na minha profissão é a sensação de liberdade, de estar sempre conhecendo lugares e pessoas novas, estar adquirindo conhecimentos diários, e o dinamismo da atividade tornado ela muito mais prazerosa. Ela também tem seus desafios, dentre os quais posso dizer que os maiores são os problemas nas estradas, as surpresas que o caminho mostra, além do trato com os clientes, que deve ser diferenciado de acordo com cada público. Mas encaro tudo com coragem e entusiasmo”, disse.

Pelo lado familiar, Patrícia é mãe de quatro filhas e já é avó. Seu sonho? Tornar-se motorista de carreta, ampliando ainda mais suas habilidades e horizontes na estrada. “A mensagem que eu gostaria de deixar a todas as mulheres é que não deixem de viver seus sonhos. Demore o tempo que for para acontecer, saibam que irá acontecer. Somos mulheres e somos capazes, pois nossa força e nossa garra são maiores que tudo”, diz Patrícia.

Adriana Marta Dick e Patrícia Aparecida Campos

Adriana tem dois filhos adultos e ressalta que a profissão está lhe proporcionando muita satisfação. “Além de mãe, sou mulher, independente e trabalhadora. Consegui tudo que tenho com muita persistência e aos 49 anos iniciei uma carreira nova com muita confiança e fé de que tudo ia dar certo, como tem dado. Acredito que meus sonhos têm se realizado um pouco a cada dia, mas muitos ainda estão por se realizarem, sempre mantendo os pés no chão e coragem no peito. Neste dia da mulher, quero deixar meu abraço carinhoso a todas as mulheres. Que elas saibam que nós podemos ser o que quisermos e quando quisermos, é só irmos em busca dos nossos sonhos”, afirmou.

As duas profissionais fazem parte de um pequeno contingente de mulheres que dirigem veículos comerciais de maior porte no Brasil, desafiando os padrões tradicionais e demonstrando que não há limites quando se trata de perseguir seus sonhos. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), até o final de 2022, somente 3,4% dos motoristas habilitados para dirigir veículos pesados, como ônibus, caminhões e carretas, eram mulheres. “Para o Grupo Reunidas é uma satisfação contar com profissionais tão competentes e determinadas, e nossas portas estão sempre abertas para quem quiser fazer parte da nossa história, sem nenhum tipo de distinção. A Patrícia e a Adriana fazem parte de um grupo de mulheres que colaboram com a companhia atrás de um volante, mas em todos os setores temos mais de 250 colaboradoras, que somam com sua dedicação e ajudam a Reunidas a ser a empresa reconhecida que é”, disse o presidente do Grupo Reunidas, Vinícius Marins.

Imagens – Divulgação

1 Comentário

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    A verdade é que as empresas estão descobrindo que as mulheres são de fato, mais cuidadosas no volante, e os riscos com falhas diversas reduzem significativamente … Várias empresas já optaram p/elas faz muitos anos, aqui em Taubaté Exp.Retenção, Tursan, Transmil, são exemplos antigos, a famosa V.Cometa desde os tempos do Flecha de Prata e Turbo Jumbo, já tinha mulheres no volante, as empresas só não contratam mais, profissionais, porque é um pouco difícil encontra-las

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