OS DESAFIOS DAS EMPRESAS FAMILIARES NO SETOR DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

"Muitas pesquisas mostram que a maior parte das empresas familiares não resiste ao afastamento do seu fundador"

Por Luana Fleck, diretora da Viação Ouro e Prata

No mundo dos negócios, o poder das empresas familiares é um assunto recorrente, especialmente quando se trata de sua capacidade de superação e seu compromisso com a sustentabilidade a longo prazo.

Recentemente, tive acesso a uma pesquisa que me chamou muito a atenção! Realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), essa pesquisa revelou o perfil das empresas de transporte urbano de passageiros no Brasil.

Atualmente, o país possui 1.577 empresas de ônibus urbano, responsáveis pela geração de cerca de 315 mil empregos diretos.

O que se destaca é que a maioria dessas empresas, precisamente 82,8%, são geridas por suas famílias. Dentre essas, notou-se que em apenas 9,7% dos casos a gestão é atribuída a um profissional externo, enquanto em 60,4% dos casos é a própria família que lidera o negócio (Gráfico 4 e 5).

 

 

Além disso, a pesquisa revelou que (Gráfico 6):

  • 52,1% das empresas são administradas pela segunda geração familiar;
  • 21,5% pela terceira geração;
  • 17,4% permanecem sob a gestão do fundador original (primeira geração);
  • apenas 2,8% alcançaram a quarta geração.

Quando questionados sobre o motivo principal para optarem pelo segmento de transporte coletivo urbano, a maioria esmagadora dos entrevistados, 59,8%, afirmou que essa atividade já fazia parte da tradição familiar. Enquanto 20,1% mencionaram que ingressaram no ramo devido às oportunidades de mercado.

É importante destacar que as empresas familiares representam cerca de 90% dos negócios no Brasil, segundo dados do IBGE e Sebrae. Diante dessa representatividade, a profissionalização da gestão se torna crucial. Lembrando que profissionalizar não significa excluir os membros da família da administração, mas sim desenvolver habilidades e competências para garantir o sucesso contínuo do negócio familiar.

Diante da alta competitividade da economia global em praticamente todos os setores, há uma crescente conscientização por parte das famílias empresárias com relação à importância da aplicação de conceitos de governança corporativa.

Muitas pesquisas mostram que a maior parte das empresas familiares não resiste ao afastamento do seu fundador. E que apenas 1/3 das empresas familiares chegam à segunda geração. Destas, somente 15% chegam a passar o comando à terceira geração (estudo global desenvolvido pela PwC ).

Eu trabalho em uma empresa familiar do setor de transportes, que tem mais de 80 anos, e por este motivo eu trago aqui esta reflexão, porque tenho observado cada vez mais os sucessores familiares optando por carreiras fora do negócio da família!

Por que isso acontece?

A resposta eu não tenho, mas é uma questão que faz refletir sobre os rumos que essas empresas tomarão: iniciar um processo de sucessão bem conduzido ou, no futuro vender o negócio.

Não tem saída, é momento de abraçar a sucessão da melhor forma para garantir que as empresas prosperem mantendo viva a sua herança familiar!

Veja mais, acessando o link do YouTube

Link pra acesso à pesquisa completa: https://www.cnt.org.br/painel-empresarial-trup

Imagens – Divulgação

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