Pelo túnel do tempo

Em mais este retrato decorrido, une-se a ele o ontem, o hoje e o futuro do setor do transporte rodoviário nacional de passageiros

Chamando o passado para os dias de hoje

Em 1955, portanto, há quase 70 anos, o ônibus era mencionado como o “transporte do século 20” (segundo uma publicação segmentada da época), uma referência sobre o seu papel na arte de transportar pessoas e ao mesmo tempo, ser um indutor do desenvolvimento brasileiro.

Numa panorâmica histórica, sua representatividade teve início nos primeiros anos da década de 1920, mais precisamente, no transporte urbano, quando, então, as principais cidades já mostravam seu potencial de crescimento – digam-se as capitais. Já pelo interior, ainda pouco explorado, via-se uma vida pacata ao lado das atividades rurais.

Entre o referido decênio e o de 1930, o Brasil passou a olhar, com mais atenção, para as suas regiões afastadas das áreas litorâneas. Com isso, aos poucos, houve a impulsão da integração regional, por intermédio da construção de estradas, que permitiram o surgimento de novos municípios e o crescimento dos que já existiam. A mobilidade das pessoas, entre cidades, passa a ser uma prática cada vez mais comum, realizada, sobretudo, por improvisados ônibus e caminhões.

Já entre 1940 e 1950, políticas públicas incentivam a expansão territorial e a urbana e o País começa a dar seus primeiros passos rumo à industrialização, deixando o caráter agrícola em segundo plano. Exatamente na década de 1950, o transporte rodoviário se torna fundamental com a construção de várias estradas, ligando os grandes centros urbanos ao interior.

E, o papel dos ônibus, dá-se de forma elevada, com o surgimento de muitas empresas transportadoras oriundas da pertinácia dos muitos operadores pioneiros que enxergaram na atividade uma oportunidade para os seus negócios.

Modelo GM Coach PD 4104, importado, e que conquistou os passageiros da época por sua configuração inovadora

No que tange à tecnologia veicular, existia por aqui os muitos caminhões transformados em ônibus, bem como modelos importados, que incorporavam conceitos construtivos não vistos, até a respectiva década. Eram veículos de última geração, equipados com vários componentes que proporcionavam uma operação otimizada – motor traseiro, suspensão macia, conforto interno e até ar-condicionado.

Por serem mais caros, só os possuíam aqueles transportadores providos financeiramente, que os colocavam em operação nas linhas mais rentáveis. Já para o operador sem tantos recursos para investir na melhoria da frota, restava-lhe os modelos mais simples, produzidos por aqui, sem as mesmas características e configurações.

E, o modal estradeiro, em harmonia com a implantação de importantes rodovias nacionais, permite a criação de uma extensa rede de serviços, onde o interessado em viajar já podia escolher as diversas rotas atendidas pelos ônibus. Aliás, naquela ocasião, o ônibus era o único meio de transporte em muitas localidades brasileiras.

Os ônibus da década de 1950, explorando o País

Como vemos, o transporte rodoviário de passageiros continua sendo a principal forma de deslocamento coletivo em nosso Brasil. Se, naquele ano de 1955 tudo era muito novo e o ônibus já era proclamado como um modelo essencial, hoje, ele é indispensável e se encontra num estágio de evolução constante, em simetria com as organizações empresarias que promovem os melhores serviços, sempre atentas com a segurança e conforto do seu público.

Em mais este retrato decorrido, une-se a ele o ontem, o hoje e o futuro do setor do transporte rodoviário nacional de passageiros, sempre empenhado em prestar a atividade da melhor forma possível.

Imagens – Acervo revista AutoBus, acervo Setpesp e Tony Belviso

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