Os ônibus rodoviários expostos na feira belga apresentavam um conceito próprio para o mercado europeu, em virtude de várias considerações em sua construção. Primeiro, porque eles têm uma identidade ímpar, criada no padrão dos serviços estradeiros daquele continente, com um desenho que ressalta as formas retilíneas. Em segundo lugar, suas configurações internas são muito parecidas de fabricante para fabricante. Por último, todas as marcas abusam da tecnologia embarcada para promover veículos mais seguros.

No entanto, se diferenciavam por detalhes de acabamento, no refino da estética e no tipo de propulsão. As várias marcas produtoras do veículo expuseram o finesse, caprichando no campo de visão de quem, por lá, esteve. E, claro, na forma de poder promover o modal, que tem papel relevante na mobilidade dos europeus, mesmo que em viagens de longas distâncias, o trem cumpra o seu protagonismo nas ligações intermunicipais e entre países.

Dentre os expositores, os maiores espaços foram da Daimler Buses (junto a Setra) e da belga Van Hool, cada qual com seus modelos indicados para os nichos de serviços, trazendo versões específicas que resultaram na sofisticação sobre rodas.

Veja, por exemplo, os modelos da alemã Setra, subsidiária do Grupo Daimler, dotados da mais alta tecnologia, pintados em amarelo (muito chamativos, aliás) e em total sintonia com a evolução. Foram quatro modelos apresentados, das linhas MultiClass, ComfortClass e TopClass, marcantes pelo visual, e desenvolvidos para operações intermunicipais de curta distância, linhas regulares de médias e longas distâncias, bem como serviços de turismo.

Sob o símbolo da Mercedes-Benz, o modelo Tourismo foi mostrado como sinônimo de segurança, com uma versão completa aos sabores do transportador europeu. Em relação aos modelos citados, novamente o quesito segurança foi ressaltado de forma expressiva e prioritária pela Daimler Buses, com os muitos sistemas embarcados de modo a atender o futuro regulamento relativo à segurança geral dos veículos que a União Europeia pretende adotar, a partir de julho de 2024, quando serão necessárias as várias tecnologias incorporadas.

Versão de vanguarda para o mercado estradeiro

Isso inclui os assistentes de ponto cego nas laterais, bem como na frente dos veículos para detecção de pessoas e veículos em campo próximo; assistente de atenção do condutor; sistema de monitoramento da pressão dos pneus; sistema de monitoramento de marcha à ré; um sinal luminoso em caso de frenagem de emergência; e uma interface para verificar se o motorista consumiu álcool antes de suas viagens. O foco é a prevenção de acidentes.

Contudo, a tecnologia adota pela montadora vai mais além e revoluciona. Os ônibus contam com o novo sistema de assistência de frenagem de emergência Active Brake Assist 6 (ABA 6), que funciona com uma combinação de sensores (radar) de curto e longo alcance, bem como uma câmera. No caso de um acidente iminente, um aviso é dado ao motorista e, caso ele não responda positivamente, o sistema iniciará o processo de frenagem, culminando ou não, na parada total antes de um acontecimento mais grave.

Estando em casa, a Van Hool apresentou sua gama rodoviária T, com as versões que darão o tom para a marca nos próximos dez anos no mercado europeu. A linha T (T Alicron, T Acron e T Astron) se encaixa perfeitamente em serviços com alto nível de sofisticação pelos aspectos da aerodinâmica, design, conforto e segurança.

O rodoviário da Van Hool com toda a tecnologia

Mas, o que chamou a atenção deste editor quanto aos modelos rodoviários foi a maior presença do sistema de câmeras no lugar dos tradicionais retrovisores, uma tecnologia que permite ampliar o campo de visão do motorista, melhorar a visibilidade noturna e que sofre menor danos em manobras.

Lembrando que a brasileira Marcopolo marcou presença no evento de forma significativa, com o seu produto Top de linha.

O Brasil bem representado

Quer mais informações? Então aguarde a próxima edição da revista AutoBus.

Imagens – Revista AutoBus