Sem investimentos não há futuro

Somos considerados a “terra dos ônibus”, mas não possuímos um programa exemplar para soluções ecologicamente corretas em termos de combustíveis e trações
Sem investimentos não há futuro
Editorial

Meus quilômetros já percorridos com o tema ônibus me fez escrever estas poucas linhas. Com o interesse pelo assunto, tenho acompanhado pelo mundo inteiro novos desenvolvimentos em se tratando de produtos, materiais utilizados, além de trações e combustíveis alternativos. O avanço proporcionado é o que me surpreende, pois em cada local do cenário global, há uma nova perspectiva quanto a prática de um transporte sustentável. Vejo que nos países mais avançados uma verdadeira corrida para apresentar veículos mais modernos e compatíveis com o meio ambiente e que ofereçam maior conforto ao principal agente dessa cadeia, o passageiro. Afinal, quem paga a passagem é ele. Não posso esquecer que há ainda os subsídios governamentais, que proporcionam uma melhor inteiração com o transporte público. Mesmo assim, a cultura do automóvel é grande em vários países, o que me faz pensar que não haveria interesse em procurar novos métodos para que o transporte público, principalmente o de pneus, avance. Pelo contrário há. Os governos locais estão preocupadíssimos com o que pode acontecer se não houver alguma alternativa real e otimizada para o setor. Esforços não faltam.

O pensamento dominante em relação ao nosso meio ambiente coloca em primazia toda a sociedade na busca por alternativas e soluções ideais. Fabricantes e montadoras, além de órgãos governamentais cada vez mais exigentes, trabalham juntos para que haja resultados positivos dentro de curtos e médios espaços de tempo quanto a veículos menos poluentes.

E por aqui, o quanto avançamos? Essa é uma pergunta que sempre faço e encontro como resposta a falta de interesse, o momento econômico e a ausência de Estado e da sociedade em não lutar para que esse conceito mude. Muitos falam que não há dinheiro para investimentos sociais e tecnológicos. Outros argumentam que o principal foco ainda é o petróleo e seus subprodutos. Não vejo estratégias, nem políticas que fomentem o desenvolvimento sustentável. Somos considerados a “terra dos ônibus”, mas não possuímos um programa exemplar para soluções ecologicamente corretas em termos de combustíveis e trações. Uma verdadeira crise em aproveitar ideias originais e exemplos com múltiplos benefícios. Muito menos encontro bases para investimentos em um transporte eficaz, que tenha uma rede coordenada onde todos os modais se completem. Vejo, sim, dinheiro escorrendo pelas mãos e pelos “ladrões”* em nossa sociedade, cada dia mais passível com o mal que suporta.

Mais um ano novo chegou e, com ele, acompanha a esperança que mudanças possam ocorrer em meio ao caos anunciado no transporte coletivo. FELIZ 2021!!!

*Deixe me explicar antes que alguém se sinta ofendido e queira me processar. Ladrões – aberturas, canos ou calhas por onde se escoam automaticamente a água de um reservatório.

Republicado do antigo blog revistaautobus.blogspot (2009)

Imagem – Revista AutoBus

A melhor maneira de viajar de ônibus rodoviário com segurança e conforto

Ônibus movido a biometano, por Juliana Sá, Relações Corporativas e Sustentabilidade na Scania

Posts Recentes

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *