A norma PROCONVE P8 (equivalente brasileira da Euro VI) deverá estar vigente no Brasil em 2023 para veículos automotores comerciais (ônibus e caminhões). Será um marco de avanço na incorporação de tecnologias para reduzir as emissões poluentes vindas do setor de transporte, mesmo sendo um tema tratado discretíssimo, pouco divulgado por vários setores envolvidos com a produção dos veículos. No adiantar da hora, a Umicore, empresa especialista em tecnologias contra essas emissões tóxicas, já pensa no mercado futuro, produzindo componentes fundamentais para o controle dos agentes poluidores dos veículos a diesel. Entre eles estão o Catalisador de Redução Seletiva (SCR), o Catalisador de Oxidação Diesel (DOC) e o Filtro Catalítico de Partículas para Motores Diesel (cDPF).

A fabricante explica como funciona suas três tecnologias. O SCR, segundo ela, é um dos sistemas mais avançados na conversão de gases nocivos em vapores inofensivos à saúde. Sua função é promover a redução dos óxidos de nitrogênio (NOx) emitidos pelo motor em nitrogênio (N2) e água. Para essa reação de redução ocorrer, é necessária a presença de amônia (NH3), formada a partir de uma solução aquosa de ureia (ARLA 32), injetada antes no sistema. O resultado é a redução de até 95% das emissões de NOx. Os catalisadores SCR podem ser produzidos com substratos cerâmico e corrugado, sendo o último uma solução bastante eficiente para os veículos pesados.

Já o DOC tem a função de absorver e de converter os hidrocarbonetos (HC) não queimados na combustão e o monóxido de carbono (CO) emitidos pelo motor em gás carbônico e água. Outra função do DOC é a de transformar o monóxido de nitrogênio (NO) em dióxido de nitrogênio (NO2), fundamental para conversão do material particulado retido no cDPF. E o filtro de partículas (cDPF), atualmente utilizado apenas em veículos movidos a diesel no Brasil, reduz mais de 90% a emissão de material particulado. “Disponibilizamos no País toda a tecnologia necessária para que nossos clientes cumpram o PROCONVE P8, a vigorar a partir de janeiro de 2023, na qual os motores precisarão utilizar em conjunto o catalisador SCR, o catalisador de oxidação diesel (DOC) e o filtro de partículas para motores diesel (cDPF)”, comentou Miguel Zoca, gerente sênior de Aplicação do Produto da Umicore.

Quanto aos impactos financeiros envolvidos com a chegada da nova geração de motores, Stephan Blumrich, vice-presidente e diretor da Umicore Brasil, ressaltou que as novas tecnologias, mais modernas e de acordo com regulamentações mais rigorosas, agregam sim mais valor ao produto. “Mas, este valor depende muito de como é o planejamento de cada fabricante. Cada uma das montadoras planeja a composição de custos de todos os componentes de uma forma diferente, que gera impactos diferentes no valor final. Como fornecedores, não há como mensurar isso. A Umicore trabalha com tecnologias avançadas, que oferecem o melhor desempenho e uma excelente relação custo-benefício”, disse.

No tocante a redução das emissões poluentes e os benefícios ao meio ambiente, o executivo explicou que os novos limites de emissões foram estabelecidos pela própria legislação. “Desta forma, é necessário uma redução mínima de 72% das emissões de NOx e de 60% das emissões de material particulado. Além disso, os novos ciclos de homologação são mais abrangentes e incluem partida a frio, condição que normalmente é mais severa para as emissões de poluentes. Podemos ainda ressaltar mudanças nas regras de durabilidade e diagnóstico a bordo (OBD), que tornam os sistemas Euro VI (P8) mais eficientes e robustos que os atuais Euro V (P7)”, observou Blumrich.

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