Editorial

Será? Tomamos como base, o setor de transporte coletivo urbano. Essa atividade, tão essencial para o desenvolvimento das cidades, se encontra numa posição nada favorável e, até este momento, sem concretizar as soluções para os seus muitos problemas. Entre a cruz e a espada, termo competente para a indecisão sobre o que realmente fazer para que sua imagem seja renovada, o segmento segue, bem ou mal o seu cotidiano.

Na maioria dos casos, a desqualificação é recorrente da falta de interesse de poderes públicos municipais e só reforça a urgência de práticas viáveis e não com viés político, para a sua competitividade perante outros modais. Neste momento, a lamentação precisa ser deixada de lado e o foco ser ampliado junto ao segmento e aos serviços, objetivando sua reestruturação.

Para isso acontecer, políticas públicas mais consistentes devem ser praticadas. Nesse escopo, o futuro marco legal demonstra ser um instrumento que será muito bem-vindo em virtude do seu conteúdo para estabelecer todo um novo regramento para a relação do poder público com a iniciativa privada. A minuta, em discussão, apresenta cinco pilares de sustentação, que tratam da regulação dos contratos, do financiamento – investimento e custeio – dos sistemas, da qualidade e produtividade dos serviços, da transparência nas relações institucionais e da organização e planejamento dos serviços.

O fato nos dá maior ânimo e otimismo quanto a mudanças tão necessárias para os sistemas de transporte coletivo urbano, sobretudo no modal ônibus, o principal meio de deslocamento dos habitantes urbanos no Brasil.

A edição de número 72, da revista AutoBus, traz uma entrevista com dois especialistas que expõem um panorama relacionado ao tema, com sugestões e a busca por soluções para se mudar esse quadro negativo em que se encontra o transporte.

Para quem está envolvido com o setor, esmorecer é uma palavra que não deve estar em seu vocabulário, afinal, os desafios continuam e aumentam a cada dia. Nós, da imprensa segmentada, que sabe o que escreve, temos a incumbência de mantermos nosso propósito de ressaltar um tema fundamental para que ele não caia no ostracismo e se perca frente aos problemas que lhe afetam.

Que 2023 seja diferente e traga bons prenúncios e uma vida nova.

Boa leitura!!!