Antevendo o futuro da eletromobilidade

Prováveis tecnologias poderão ser com baterias (recarga externa) ou geração elétrica interna (células a combustível, por exemplo)

A alemã Daimler Buses revelou, recentemente, uma meta ambiciosa no caminho da eletrificação de seus ônibus. A partir do final desta década, ela pretende oferecer seus veículos com esse tipo de tração para os mercados urbano e rodoviário e para acelerar o desenvolvimento, juntou-se a renomados institutos de pesquisa e especialistas da indústria para formar o projeto Electrified Coach – ELCH -, que é financiado pelo Ministério de Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha.

Há dois aspectos a serem observados com esse projeto. O primeiro é que a tração elétrica está bem inserida nos modelos urbanos, que contam com sistemas de recargas versáteis para o seu uso, sendo uma visão familiar nas ruas de muitas cidades alemãs e europeias. Contudo, os modelos rodoviários possuem uma história diferente. Se pensarmos em eletricidade, seu desenvolvimento é muito mais desafiador, pois há obstáculos a serem superados antes que eles possam ser adotados comercialmente, como a recarga da bateria em movimento, a necessidade de uma alta autonomia e o espaço necessário para passageiros e bagagem. De acordo com a montadora, nenhum fabricante de ônibus conseguiu desenvolver uma versão a bateria que possa cobrir faixas viáveis, bem como disponibilidade para uma ampla variedade de condições operacionais.

Para a Daimler, seu projeto piloto levará em consideração uma abordagem holística, com uma avaliação minuciosa de um sistema de acionamento modular com vistas ao consumo de energia, alcance, desempenho e vida útil da bateria. A sinergia com os componentes da divisão de caminhões “Daimler Truck” serão plenamente usadas.

Na segunda etapa, fatores como custos gerais, impacto ambiental e possível integração aos conceitos operacionais existentes das empresas de ônibus serão incorporados aos resultados. Com base na avaliação do conceito, dois protótipos serão desenvolvidos e integrados aos veículos de demonstração. Isso permitirá testes em condições reais de operação.

Como já dito, a configuração dos veículos rodoviários com a futura tração deve corresponder aos atuais modelos a diesel, com o seu alcance, a capacidade de passageiros e a carga útil adicional para bagagem. Além da tecnologia de transmissão e bateria, os parceiros do projeto estão desempenhando um papel importante na aerodinâmica e na construção de uma estrutura leve.

Michael Klein, chefe de Desenvolvimento de Produto Ônibus da Daimler Buses, disse estar satisfeito pela montadora ser a único fabricante de ônibus capaz de trazer essa experiência de desenvolvimento para o projeto ELCH. “Como pioneirismo tecnológico na indústria, podemos lidar com o tópico tanto de forma rápida, abrangente e prática”, comentou ele.

Os parceiros do projeto são o Karlsruhe Institute for Technology KIT (ITIV – Institute for Information Technology); a Universidade de Mannheim (MISES – Mannheim Institute for Sustainable Energy Studies); a Universidade Técnica de Kaiserslautern (iMAD – Institute for Mechanical and Automotive Design e SAM – Institute of Fluid Mechanics and Fluid Flow Machines) e a operadora Flix SE.

Imagem – Divulgação

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