Mobilidade e transporte coletivo andam juntos

Além do fomento da ideia de inovação, Curitiba integra os diversos atores do processo de mobilidade para discutir e opinar sobre as opções disponíveis no mercado

Por Osvaldo Born

Inteligência urbana

Em março deste ano, Curitiba (PR) recebeu a SmartCity 2023, considerado o maior evento de cidades inteligentes do Brasil. Sob a ideia “Connecting Cities, People & Technology”, a edição de 2023 abordou questões relacionadas ao desenvolvimento das cidades e sustentabilidade, como transporte, infraestrutura e espaços públicos, reunindo especialistas mundiais de todas as áreas para compartilhar ideias e soluções sobre como criar um futuro melhor e mais sustentável para as cidades e seus cidadãos. E, integrado ao SmartCity, o maior evento global de mobilidade urbana também chegou ao Brasil, o Tomorrow.Mobility, que fez parte da programação de congresso e exposição, trazendo discussões especializadas em mobilidade e transporte coletivo e apresentação de ideias, além de veículos diferenciados em termos de tecnologias de tração, como o ônibus a gás da Scania e o elétrico da Eletra. Durante o evento ficou ainda mais clara a opção da capital paranaense em avançar na eletromobilidade, incluindo taxis e ônibus elétricos. Recentemente, foram apresentados os seis primeiros taxis elétricos da cidade em parceria com a Renault. Os veículos devem atender a região da Rodoferroviária da cidade, onde haverá ponto de recarga gratuita para os taxistas que adquiriram os veículos por meio de programa de assinatura da montadora.

Transporte coletivo eletrificado

E para o transporte coletivo, três empresas fabricantes já apresentaram veículos elétricos para testes na cidade, atendendo um edital da prefeitura que realizou o chamamento público para fabricantes interessadas em demonstrar seus produtos para as operadoras da cidade e testes em linhas regulares. Este processo culminará, em breve, com o lançamento de novo edital pelo poder público, agora visando a aquisição com recursos públicos dos 70 primeiros ônibus elétricos. Tal edital, em processo de finalização, prevê indicar as características dos veículos com base nestes testes de rodagem, em realização, e que devem contar com, pelo menos, mais cinco modelos de veículos em avaliação pelas ruas da capital paranaense.

Além do fomento da ideia de inovação, Curitiba integra os diversos atores do processo de mobilidade para discutir e opinar sobre as opções disponíveis no mercado. Operadoras, entidades representativas dos usuários e das operadoras, além de diversos órgãos da prefeitura, colocam na mesa suas ideias e em conjunto constroem alternativas para os próximos anos, visando – com cuidado e programação de médio prazo – dotar a cidade de novos meios de deslocamento, com o incentivo à sustentabilidade e de forma inteligente, sem precisar onerar os cofres públicos ou a planilha orçamentária do sistema. Não é demais lembrar que este processo de repensar os modelos de tração e de combustíveis na frota começou há mais de vinte anos com a pioneira inclusão do biodiesel na frota municipal e depois com a aquisição de ônibus híbridos, na última década. E, se buscarmos referências ainda mais distantes deste pioneirismo, vemos teste com ônibus a álcool no sistema curitibano no começo dos anos de 1980 oferecido por uma montadora e até a adaptação de motores diesel para álcool na Transporte Coletivo Glória na década de 1990, veículos que atendiam a linha turística Volta ao Mundo.

Mais do que acreditar em um futuro melhor, são ideias que pretendem traçar uma rota adequada para que ele seja “apenas” uma consequência de nossas ações do presente.

Osvaldo Born visitou a SmartCity a convite do Setransp.

Imagem – Osvaldo Born

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