O fascínio pelos salões
Desde 1960, a indústria automobilística brasileira mostra seus desenvolvimentos por intermédio de eventos públicos, como o Salão do Automóvel, uma forma de aproximar-se com as pessoas, clientes e potenciais compradores de veículos automotores. Também foi considerado a oportunidade de revelar a evolução econômica brasileira, fundamentada na produção comercial e na versatilidade incorporada numa imensa série de produtos sobre rodas criados para todos os nichos de serviços. Pode-se afirmar que, com a chegada das montadoras de veículos no Brasil, o País passou por uma transição em sua estrutura econômica, deixando de ser essencialmente agrícola para ser tornar num modelo industrial.
Além de automóveis, caminhões, tratores, peças e acessórios, os ônibus também figuraram-se como eminentes nas passarelas das mostras. A indústria nacional de chassis e carroçarias não deixou por menos e a cada edição (seis durante a década de 1960, sempre realizadas no Parque do Ibirapuera, em São Paulo) evidenciava as suas novidades, marcantes, que mostravam o avanço do setor para o transporte de passageiros nas cidades ou por rodovias. A partir de 1970, o Parque de Exposições do Anhembi passou a ser a referência dos Salões, em virtude de sua maior área e capacidade para acomodar todo o segmento produtivo.
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Retornando ao ônibus, as sucessivas edições do Salão foram o palco para a modernidade do veículo, onde as significativas transformações em termos de desenho, conforto, configuração e mecânica, ressaltaram a disposição das fabricantes em promover seus projetos e modelos, sempre observando as tendências de mercado em cada época.
Nos mais variados estandes, em todos os anos de acontecimento da mostra, a engenharia e suas peculiaridades deram o tom na apresentação de chassis, plataformas e carroçarias, sempre com a identificação própria das referidas montadoras e encarroçadoras, cada qual com seus pormenores que diferenciavam as versões e modelos, levando em consideração o investimento na criatividade, com a visão de proporcionar a otimização operacional. E claro, sempre houve uma salutar competição quanto ao melhor produto e sua eficiência.
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Assim, os ônibus foram descritos, em cada edição do Salão do Automóvel, como uma espécie em constante evolução, que não queria ser deixada para trás no quesito do avanço em relação à tecnologia e visual arrojado. Então, pôde-se perceber, num contato mais de perto ocasionado ao público, tudo o que se propôs em desenho, acabamento e materiais, surpreendendo o mercado com o paradigma da modernidade.
Com o passar dos anos e das décadas, muita coisa foi mudando, os negócios foram ficando cada vez mais orientados para o princípio do desenvolvimento sustentável, os sistemas de transportes (urbano e rodoviário) cresceram e se tornaram cada vez mais poderosos, atingindo uma expressiva demanda de viajantes, frente às necessidades de deslocamentos. Dessa maneira, podemos ver o ônibus convertendo-se no principal meio de mobilidade coletiva no País, atuando em diversas fronteiras, integrando todas as regiões brasileiras. Na linha do tempo do Salão, a sua terceira a edição (1962) passa a ser bianual, e, nesse mesmo ano, celebra a marca de 97% de nacionalização da fabricação de automóveis.
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Nas fotos presentes neste artigo histórico, os detalhes da exposição dos veículos e suas configurações dão mostra como as edições desse evento paulistano/brasileiro eram importantes para salientar a força do modal na estrutura nacional.
A partir da década de 1990, o setor do ônibus ganhou acontecimento próprio, com especial exposição onde é revelada os mais modernos conceitos em veículos, segurança, tecnologia e serviços, sendo até hoje o grande momento da indústria brasileira em destacar sua eficiência e mobilização para o futuro que nos bate à porta. Mas, o Salão do Automóvel continua sendo a principal menção histórica quando se fala do progresso desse modal e sua essencialidade objetiva perante aos acontecimentos do setor.
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Imagens – ANFAVEA / Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores; Vassily Volcov Filho
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