Duas operadoras de ônibus rodoviários são destaques ao oferecer espaço para as mulheres nas mais diversas funções, internas e externas. As paranaenses Viação Garcia e Brasil Sul são exemplos no segmento, ao dar oportunidade de crescimento e de realização pessoal para as mulheres em seu quadro de colaboradores.

Erlete Donda, a “Lê”, foi a primeira motorista de ônibus contratada pela Viação Garcia, em 2013. Inspirada pela mãe, Aurora, que dirigia caminhões e ônibus nos anos de 1970, a profissional sempre acompanhou a mãe em suas viagens, adquirindo paixão pela atividade.

Assim, foi instrutora de autoescola, motorista de caminhão e carreta em uma transportadora e, há dez anos, é condutora de ônibus na Viação Garcia – contratada após teste em que foi aprovada com louvor e que lhe valeu muitos elogios. “Eu já tinha carteira de habilitação categoria E. Não encontrei nenhuma dificuldade para me adaptar ao serviço. Amo dirigir”, observou.

Erlete diz que algumas e raras reações preconceituosas com uma mulher na direção de veículos pesados não foram obstáculos para ela. “No início algumas pessoas se surpreendiam, mas hoje é muito diferente. Outras mulheres estão chegando à profissão e o caminho já está aberto”, sintetizou.

Vera Lúcia Gaion, de 68 anos, é outro exemplo na transportadora. É a funcionária mais antiga da empresa, com nada menos que 50 anos de Garcia. Contratada para o setor financeiro em 18 de janeiro de 1973, ela se tornou, em pouco tempo, secretária executiva. Hoje, já aposentada, nem pensa em deixar a empresa. “Desde o início, eu realmente vesti a camisa da empresa. Aqui é a minha casa e os colegas são como uma família”, define.

Vera diz que fica feliz ao ver tantas profissionais ascendendo em cargos de liderança e assumindo funções como motoristas, mecânicas, manobristas. “As mulheres se destacam em todos os setores, é uma imensa satisfação ver o progresso delas”, contou.

Isabella Cipolla de Lima, de 19 anos, também tem importante passagem pelo quadro de funcionários. Ela, que ingressou como aprendiz de eletricista no setor de manutenção, no ano passado, foi efetivada, abraçando o ofício, sempre buscando se especializar na área. Neste ano iniciou o curso de Engenharia Elétrica em uma universidade local e enxerga um caminho repleto de oportunidades à frente. “Sempre gostei de consertar coisas, me encontrei nesta área e a empresa abriu as portas para eu realizar meu projeto de vida”, afirma.

Outro exemplo é Cátia Cristiane Pedrazani Fernandes, de 46 anos, gerente de Controladoria do Grupo. Admitida em 2000 como estagiária na área contábil, foi promovida quatro anos depois à coordenadora do departamento. Formou-se em Contabilidade e, em 2011, deixou a empresa para seguir novos caminhos. Mas foi um tempo curto. Em 2013, Cátia retornou para ocupar a função de chefia que exerce atualmente. “Minha formação profissional inteira praticamente foi na empresa, de estagiária a gerente de setor. Gosto muito do que faço e nunca senti qualquer limitação para crescer, o que vejo se repetir com profissionais de outras áreas também. A empresa é aberta às mulheres para todas as funções e a presença feminina vem se ampliando”, disse.

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