Novas perspectivas para o transporte público de Belo Horizonte

"Além dessas melhorias de curto prazo, as perspectivas futuras são ainda mais interessantes"

Por André Dantas, superintendente de Mobilidade do Munícipio de Belo Horizonte

Depois de momentos difíceis nos últimos anos, a cidade de Belo Horizonte se encaminha para profundas transformações e com uma série de melhorias na qualidade do transporte público. Enfrentamos o agravamento da crise de mobilidade urbana, com congestionamentos e impactos diversos na eficiência do transporte coletivo, e também as graves consequências da pandemia COVID-19, que resultou em reduções nos serviços prestados e também na demanda de passageiros, impactando imensamente o  equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Essa situação provocou a adoção de ações emergenciais, para garantir a continuidade dos serviços até que medidas estruturantes fossem implementadas. Em Belo Horizonte, após um processo de debate amplo e tecnicamente criterioso, a sanção da Lei Municipal 11.458/2023 representou uma abertura a novas perspectivas para  um sistema mais eficiente, confiável e abrangente.

A Lei 11.458/2023 marcou um importante avanço na melhoria do transporte público de Belo Horizonte. Essa legislação alterou a forma de remuneração pela prestação dos serviços, introduzindo um modelo inovador baseado na receita tarifária direta e na remuneração complementar por quilômetro realizado. A remuneração complementar representa cerca de 33% do custo total e está vinculada ao cumprimento dos critérios estabelecidos pela Prefeitura para cada viagem realizada. Essa mudança impacta diretamente na motivação das concessionárias e dos permissionários de realizar as viagens programadas com confiabilidade e pontualidade. Se os critérios estabelecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte não são atendidos para cada viagem, então não há o pagamento da remuneração complementar.

A lei ainda estabelece que a Prefeitura de Belo Horizonte passa a ter responsabilidade de planejar os serviços, que anteriormente eram dimensionados pelas concessionárias,  o que possibilita atendimentos em horários e locais antes não contemplados, proporcionando maior cobertura social. Finalmente, a lei determina que haverá, anualmente, a provisão orçamentária para garantir que existam recursos para cobrir a remuneração complementar, ou seja, a lei vai além do investimento de R$512 milhões em 2023, uma garantia para o melhoramento contínuo do transporte público da cidade.

André Dantas

Na prática, já podemos observar muitas melhorias no sistema. A principal delas é que refizemos o dimensionamento do quadro de horários para inserir mais viagens. Até o final de dezembro de 2023, haverá um acréscimo de 10% de viagens em relação ao que vinha sendo praticado. Essas viagens vão reduzir significativamente a superlotação nos ônibus, pois escolhemos os horários mais críticos com base no acolhimento da população usuária e nos dados coletados pelos nossos sistemas de monitoramento. Há também melhorias no atendimento de bairros que tinham cobertura limitada e passaram a ter melhores itinerários que reduzem a caminhada até o ponto de embarque e desembarque. Finalmente, temos a satisfação de apontar que a frota será renovada em 420 novos veículos, sendo 240 relacionados à reposição de veículos com idade superior a 12 anos e outros 180 adicionais. E podemos acrescentar , como um benefício para a população, a manutenção do  valor da tarifa em R$ 4,50, desde 2018.

Além dessas melhorias de curto prazo, as perspectivas futuras são ainda mais interessantes. A equipe da Superintendência de Mobilidade (Sumob) está estudando várias possibilidades de investimentos significativos em todas as áreas: veículos; tecnologia; processos e pessoas. Gradualmente, com muita responsabilidade, rigor técnico e investimentos planejados, a cidade caminha em direção a um transporte público mais eficiente, confiável e de qualidade para seus cidadãos.

Imagens – Divulgação/Tulio Ottoni

 

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