O atual momento da indústria e do mercado de ônibus

Resta ao setor, nesse momento da mobilidade urbana, se unir, sejam instituições privadas, governamentais, fornecedores de insumos, enfim, toda a cadeia, a fim de oferecer o que está em nosso DNA e em nossa missão

Por Maurício Cunha – vice-presidente Industrial da Caio

O segmento de ônibus urbanos foi um dos mais impactados pela pandemia, devido à redução no número de passageiros. Dessa forma, nos anos seguintes a esse evento, a cadeia de fornecedores previu a necessidade de esforços para a recuperação do setor.

Somaram-se às ações de recuperação, dois marcos importantes no cenário da indústria de ônibus: a mudança da motorização Euro 5 para a Euro 6 e as pautas mundiais de mudança da matriz energética, para tecnologias mais limpas. Esse segundo tema trouxe para esses players a necessidade premente de prepararem seus processos, principalmente para os ônibus elétricos, e desenvolverem novos produtos.

Nesse momento da indústria automotiva, especificamente para a Caio, fabricante de carrocerias de ônibus urbanos, o maior desafio foi preparar-se para essas mudanças, de modo a oferecer soluções em mobilidade que atendessem ao mercado, mantendo a saúde financeira dos serviços e a qualidade de seus produtos.

Nos anos de 2023 e 2024, a expectativa do mercado de ônibus tem sido alcançar, gradativamente, a recuperação da produção.

O crescimento de 2023 ocorreu principalmente pelo pre buy no final de 2022, devido à mudança da motorização, que se refletiu nos emplacamentos do primeiro trimestre, e pela necessidade de renovação de frotas, represada pela pandemia e incertezas políticas e econômicas.

Já em 2024, o aumento projetado deve-se, também, à necessidade de renovação de frotas e à produção de ônibus escolares do Programa Caminho da Escola que, segundo o edital, trará a possibilidade de produção de 16.400 unidades.

Outro ponto positivo para a recuperação do setor são as iniciativas governamentais: o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento -, que deve auxiliar nos financiamentos para compra de ônibus; o Mover – Mobilidade Verde -, que objetiva apoiar a descarbonização, a inovação e o desenvolvimento tecnológico; a política da Nova Indústria, com ações para promover o desenvolvimento produtivo; a desoneração da Folha, entre outros.

Nesse cenário de mudanças, a palavra de ordem é adaptação. É crucial o planejamento para que os investimentos sejam realizados de forma sustentável, com retornos positivos para o setor. Estudos, análises e soluções também são extremamente importantes. Um exemplo disso é que o futuro da “tecnologia verde”, além dos elétricos, possa contar com uma ampla gama de opções como etanol, trólebus, hidrogênio entre outras, de acordo com as ofertas e demandas de cada região e país.

Resta ao setor, nesse momento da mobilidade urbana, se unir, sejam instituições privadas, governamentais, fornecedores de insumos, enfim, toda a cadeia, a fim de oferecer o que está em nosso DNA e em nossa missão: conectar pessoas a seus destinos, com qualidade, conforto, segurança e novas tecnologias.

Imagem – Divulgação

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