Ankai se apresenta ao Brasil

Fabricante quer explorar o mercado do transporte urbano com seus ônibus elétricos

Com uma capacidade produtiva de 20 mil ônibus (na cidade de Hefei), somente de veículos com tração alternativa ao diesel (elétrica e gás natural) e detendo um portfólio bem variado de produtos, a marca chinesa Ankai desembarcou em solo brasileiro, recentemente, trazendo algumas versões de seus modelos idealizados para o transporte urbano.

A fabricante, representada no Brasil pelo Grupo SHC, que atua com a JAC Motors, iniciou sua atuação fabril em 1966 e, desde 2003, atua na produção de ônibus elétrico 100% a baterias. De acordo com a Ankai, sua gama de ônibus é sinônimo de sustentabilidade e, por sua natureza amigável, impacta positivamente na imagem do transporte coletivo, sem contar os benefícios em favor dos passageiros.

Em recente evento para a imprensa, o Grupo SHC destacou quatro versões – OE-6 (Micro, com seis metros), OE-8 (Mini, com oito metros), OE-10 (Midi, com 10 metros) e OE-12 (Urbano, Padron, 12 metros) -, que chegaram para serem avaliados pelos operadores e órgãos gestores do transporte do País.

Outro detalhe é que a empresa é um Centro Nacional de Desenvolvimento Tecnológico, fundado em 2011, e que cria novas tecnologias limpas para serem aplicadas em sistemas em ônibus, tendo a cooperação com universidades de renome mundial no desenvolvimento de peças e conectividade para ônibus elétricos e de hidrogênio, como a Universidade da Califórnia, a Universidade de Ciência e Tecnologia da China, Anhui University e a Universidade Jiaotong de Shanghai.

Aproveitando-se do momento da eletrificação do transporte urbano brasileiro, que busca promover a transição energética dos ônibus em algumas cidades, a fabricante chinesa não quer ficar de fora de futuros negócios no segmento. Sergio Habib, presidente do Grupo SHC e da Ankai do Brasil, disse que a eletrificação virou sinônimo de ação de marketing no nosso País, pois objetiva aprimorar a imagem da montadora ao torná-la amiga do meio ambiente. “Trouxemos os primeiros modelos 100% elétricos da JAC Motors em 2019, e, imediatamente, assumimos a liderança nas vendas de caminhões 100% elétricos, que são vistos corriqueiramente nos grandes centros urbanos do Brasil. Temos exatos 87% de todas as vendas realizadas de 2020 a 2023. E é também apoiada nessa vocação urbana que resolvemos investir nos ônibus 100% elétricos da Ankai”, destacou.

Um importante diferencial enfatizado pela marca é a estrutura integral construtiva dos seus veículos, do tipo monobloco, integrando a carroçaria (com piso baixo), que é armada com soldas robotizadas e usa aço carbono com liga de manganês. A Ankai explica que, por ter rigidez torcional muito maior que o sistema atualmente utilizado aqui, seus ônibus pesam duas toneladas a menos que o similar nacional, apresentando 20% mais eficiência em consumo de energia, o que também impacta na conservação asfáltica das vias urbanas.

Seus modelos de ônibus são equipados com baterias de íon-lítio, da CATL, além de motores elétricos da Dana, de acionamento síncrono de ímã permanente. Os packs de baterias permitem autonomia entre 250 e 350 quilômetros, dependendo das necessidades dos operadores. “Um ônibus movido a diesel roda, hoje, 60.000 km por ano, emitindo cerca de 60 toneladas de CO2 no período. São cerca de 1.200 toneladas emitidas em seu período de vida útil, ao redor de 20 anos. A introdução dos ônibus Ankai nas frotas urbanas vai diminuir imediatamente essa gigantesca emissão de carbono”, explicou Habib.

A Ankai pretende iniciar, em breve, a demonstração de seus produtos em importantes polos urbanos brasileiros, bem como em cidades de médio porte, nos diversos nichos de operação.

Ainda, quanto ao assunto da eletrificação do transporte, Habib afirmou que será preciso fechar a conta financeira da operação por intermédio de subsídios públicos. “Para os serviços de ônibus serem viáveis, eficientes e atrativos, é necessário subsídio vindo do poder público para que a operação seja paga”, observou.

Para a fabricante, seus ônibus são confortáveis e silenciosos, surpreendendo pela ausência de vibrações e suavidade ao rodar, bem como, representando um salto gigantesco no bem-estar dos usuários do transporte coletivo, inclusive por não emitirem gases poluentes e melhorarem diretamente a qualidade do ar.

Imagens – Revista AutoBus

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