O forte impacto negativo em 2020

De acordo com a associação, o setor de transporte coletivo urbano gerava cerca de 405 mil empregos diretos em todo o Brasil antes da pandemia. Após isso, a redução da força de trabalho, em torno de 15% desse total

O setor de transporte coletivo brasileiro passa por maus momentos, desde que a pandemia do coronavírus afetou todo o segmento. Em nota, a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), ressaltou que a redução do número de passageiros e outros indicadores negativos resultaram em R$ 9,5 bilhões de prejuízos acumulados pelas empresas de ônibus urbano no período de 16 de março a 31 de dezembro de 2020. O montante supera em R$ 700 milhões as estimativas iniciais do setor, indicando uma frustração das expectativas quanto à recuperação econômica do segmento de transporte público ao longo do ano passado.

Os dados constam do levantamento Impactos da Covid-19 no Transporte Público por Ônibus, estudo feito pela entidade, com informações de uma amostra que reúne 116 sistemas de transporte operados por empresas associadas em capitais, regiões metropolitanas, cidades grandes, médias e de pequeno porte de todo o País.

No período citado, 15 empresas operadoras e 3 consórcios operacionais suspenderam ou encerraram a prestação de serviços. “A partir deste mês de janeiro já estamos verificando um aumento significativo de greves e paralisações dos serviços em todo o Brasil. Cinquenta e cinco sistemas de transporte registraram paralisações dos serviços decorrentes de 122 greves e manifestações, motivadas principalmente por atrasos de salários e demissões provocados pela crise do setor. Uma ajuda emergencial de R$ 4 bilhões para estados e municípios investirem no reequilíbrio de seus sistemas de ônibus, trens e metrôs, aprovada pelo Congresso em novembro, foi vetada no final do ano pelo presidente Jair Bolsonaro”, observou Otávio Cunha, presidente da NTU.

De acordo com a associação, o setor de transporte coletivo urbano gerava cerca de 405 mil empregos diretos em todo o Brasil antes da pandemia. Após isso, a redução da força de trabalho, em torno de 15% desse total, só não foi maior graças às reduções das jornadas e salários ou suspensões dos contratos trabalhistas autorizadas pela Lei Federal nº 14.020/2020, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. “Se as medidas de flexibilização de jornada e salários ou suspensão de contratos não forem restabelecidas, as empresas voltarão a ter um impacto significativo. Se essa realidade perdurar, somada à continuidade da queda da receita e à falta de apoio do governo federal com alguma medida de socorro específica para o setor, mais operadoras do serviço poderão falir ou encerrar suas atividades”, ressaltou Otávio.

A NTU divulgou que vem orientando as empresas a seguirem todas as normas sanitárias indicadas por organismos nacionais e internacionais de saúde, como OMS e Ministério da Saúde. Conforme dito, as empresas vêm adotando protocolos rígidos para colaboradores e passageiros. As medidas mais recorrentes adotadas são a higienização e limpeza dos veículos, redução do uso do dinheiro para pagamento da tarifa, marcadores de distanciamento e limitação de passageiros para reduzir as aglomerações e medição da temperatura, a exemplo das práticas adotadas em outros países. O uso de máscaras é a medida mais difundida, sendo atualmente exigida em cidades de 25 estados brasileiros.

Imagem – Arquivo SPUrbanuss

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