O objetivo de compartilhar o conhecimento e o empoderamento feminino

Uma voz feminina que visa aumentar a valorização das mulheres em todas as áreas econômicas e empresariais

Luana Fleck é diretora do Grupo Ouro e Prata, responsável pelo transporte de passageiros, aquaviário e de cargas fracionadas e que tem uma longa tradição no estado do Rio Grande do Sul, com seus 83 anos de vida. A empresa atua em âmbito intermunicipal (no Rio Grande do Sul), interestadual (em 10 estados brasileiros: RS, SC, PR, SP, MS, MT, TO, GO, PA e MA), possuindo uma das maiores linhas rodoviárias do Brasil, que liga Porto Alegre (RS) a Santarém (PA) com 4.002 quilômetros de extensão, além de sua presença internacional, com operação na Argentina e Uruguai.

Para a gaúcha Luana, terceira geração da família Fleck (a operadora teve sua trajetória iniciada em 1939 por Willy e Raimundo Fleck), o fato de estar a frente da empresa não lhe qualifica apenas para a gestão dos negócios de maneira tradicional. Sua presença junto à direção também proporciona uma nova visão, moderna e objetiva, que vai além das quatro linhas que envolvem o cotidiano da operadora.

A executiva vem investindo num trabalho que busca mostrar e valorizar o cotidiano dos serviços realizados pela transportadora, bem como ressaltar a natureza das relações, seja ela familiar, pessoal ou profissional. Para isso, Luana utiliza-se das redes sociais (textos e gravações), difundindo o conhecimento, a experiência e a promoção do empoderamento feminino, sendo uma voz junto ao setor de transportes para que haja maior presença das mulheres nesse universo com predomínio masculino. “A pandemia foi um momento propício para que eu compartilhasse essas questões. Havia uma necessidade de promover esses assuntos, pois as pessoas não comentavam, de forma mais aberta, sobre eles. É preciso entender que os problemas estão presentes em todos os tipos de empresas”, observou ela.

Luana Fleck embarca numa jornada para promover questões relacionadas ao ambiente de trabalho, sobre o setor de transporte, o relacionamento e do empoderamento feminino

Com maior interesse pelo mencionado anteriormente, Luana percebeu que o setor de transporte de cargas, constituído por muitas empresas familiares, tem um contexto evoluído que destaca a presença feminina, como também discute, mais abertamente, as relações que exploram a governança, a inclusão dos jovens junto a gestão para a manutenção da linha sucessória empresarial. “Quando comecei a compartilhar as muitas questões relacionadas ao segmento, eu quis proporcionar uma nova visão sobre esse mercado. Tenho tido um retorno muito positivo, pois há uma troca das muitas histórias relatadas com o transporte. A receptividade tem sido muito boa”, disse.

A diretora destacou algumas mobilizações em torno da promoção de programas que visam o estabelecimento da continuidade familiar na direção das empresas, como o ComJovem e a Rota Feminina, esta última com maior significância em sua vida, pois está fazendo o papel de mentoria junto à esse público. “Tenho realizado um papel de orientação para manter a feminilidade das mulheres sem que elas percam os fundamentos de suas funções frente ao contato com os homens num relacionamento profissional. São desafios que incluem a simpatia, dúvidas como ter um contato sem arrogância ou mesmo dupla interpretação, colocando suas propostas e ideias”, explicou Luana.

Formada em administração de empresas, com pós-graduação em marketing e mestrado em estratégia empresarial, a executiva comentou que, dentro da estrutura da Viação Ouro e Prata, há programas para que a presença feminina tenha maior volume em setores específicos da garagem. “As mulheres podem começar na limpeza e seguir para a mecânica, sendo instruídas com treinamentos sobre a manutenção e seu papel. Acreditamos ser uma forma de estímulo para o crescimento profissional”, afirmou.

Hoje, considerando a área administrativa, a Ouro e Prata possui 30% de mulheres trabalhando na empresa. Já em relação à toda área operacional, este número é em torno de 15%. “Trabalhamos constantemente para buscar mais mulheres para atuar nas áreas de operação e, consequentemente, aumentar o nosso quadro e representatividade. Para isso, procuramos o apoio de parceiros, entidades e fornecedores para promover o desenvolvimento destas mulheres nas áreas de manutenção, mecânica, motoristas e logística. Este é um trabalho que pode e precisa ser feito em conjunto com todos que trabalham no setor, incentivando e capacitando as mulheres para estes cargos”, explicou.

Quanto a condução de seus ônibus, a transportadora não possui, neste momento em seu quadro de motoristas, mulheres realizando tal tarefa. Contudo, outra empresa do Grupo (Unesul) já possui condutoras em linhas rodoviárias de curtas distâncias.

No tocante a administração, Luana enfatiza o constante investimento em processos e práticas internas e externas que agreguem maior valor à operação e aos seus clientes. “Além de trabalhar com foco nas pessoas, busco desenvolver, internamente, os pilares de responsabilidade socioambiental, melhoria contínua, valorização das pessoas e foco nos clientes por intermédio do jeito Ouro e Prata de Encantar”.

Respeito e valorização aos colaboradores da transportadora

Quanto a ESG, termo para as políticas ambientais, de governança e sociais, há diversos projetos sociais, como a campanha do agasalho; o incentivo aos grupos de doadores de sangue; o fretamento para instituições carentes; o relacionamento com comunidade local atendida por suas operações; proteção e privacidade de dados; pesquisa NPS para medição da satisfação do cliente; segurança no trabalho, com a disponibilização de EPIs; diversidade; cuidado com a saúde dos colaboradores e respeito e cumprimento às leis trabalhistas; canal de comunicação para sugestão de melhorias; e capacidade de inovação.

Na prática ambiental (veja box), o Grupo objetiva diversas ações, como a redução e compensação da emissão de gases estufa; o uso dos recursos naturais de forma consciente; não ter relação com desmatamento ilegal; promover consumo responsável de água; ressaltar a adoção de critérios de logística reversa; ter a gestão de resíduos, implementação de reciclagem; utilizar da eficiência energética (adoção de energia limpa e renovável); e investir na promoção e preservação da biodiversidade.

Pelo lado da governança, há diversos temas que devem ser observados e executados para uma gestão séria e íntegra, como a composição e independência do conselho administrativo consultivo; o uso de política de transparência de líderes; a diversidade na composição do conselho; a responsabilidade fiscal; a atuação de acordo com a ética; o combate à corrupção; a qualidade do comitê de auditoria; a transparência quanto aos riscos envolvidos nas atividades desempenhadas; a adoção de canal de denúncia; a análise da integridade de fornecedores e colaboradores; a adoção de critérios transparentes sobre remuneração e planos de carreira e a promoção de boas práticas administrativas.

A Viação Ouro e Prata é reconhecida por oferecer os melhores serviços

De acordo com a executiva, o marketing, mais do que necessário, é fundamental para mostrar todas as realizações das empresas do Grupo envolvidas com o transporte, para que as pessoas possam ter o conhecimento do que se pratica habitualmente nas operações e nos serviços. “As pessoas não imaginam todo o envolvimento em nossa operação. Este ano fizemos uma web série onde mostramos os bastidores da empresa, disponibilizando o conteúdo nas redes sociais e no canal do YouTube. Isso representa uma forma de mostrar todo o trabalho executado em nossa estrutura. A Ouro e Prata trabalha fortemente os pilares de segurança na operação e o encantamento do cliente, buscando entregar sempre a segurança e o conforto que prometemos aos passageiros, além de atendê-los com o máximo de excelência”, finalizou Luana.

Fonte – Ouro e Prata

Em referência a esse assunto, o jornal Valor Econômico, em uma de suas colunas, publicou, recentemente, um artigo sobre as mulheres e o mundo dos negócios. De autoria de Flávia Camanho, o texto aborda os grandes avanços em direção à liberdade de escolha e espaços ocupados, pelas mulheres, no mercado de trabalho.

Segundo a colunista, para uma mulher ter condições de ocupar posições no mercado de trabalho, ela deve ter autonomia emocional, autonomia de conhecimento para então perseguir a autonomia financeira, rompendo com ciclos de violência e estigmas para construir uma identidade livre, seja para escolhas, dos assédios e preconceitos, tendo um tratamento de equidade para que possa competir de igual para igual no mundo corporativo, com equilíbrio entre o masculino e o feminino.

Imagens – Divulgação

2 Comentários

  1. Avatar

    Adorei a matéria! Muito obrigada por divulgar um assunto tão importante que é o incentivo a ter mais mulheres no nosso setor!

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    • Antonio Ferro

      Eu que fico feliz com a sua ajuda para podermos escrever algo tão fundamental para o setor.

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