Pelo túnel do tempo

Um veículo divisor de águas no transporte coletivo brasileiro

Relíquia do passado

O ano era 1946. O mundo vivia, até certo ponto, um momento de alívio e felicidade, pois o infortúnio da Segunda Guerra Mundial havia ficado para trás. A recuperação dos estragos causados pelo conflito estava em andamento e naqueles países que não sofreram as consequências diretas da luta, o sentimento de uma nova era pairava no ar.

No Brasil não foi diferente. A partir daquele ano, muita coisa iria mudar, principalmente em termos de infraestrutura, buscando alçar o País na modernidade e numa economia voltada na industrialização. As grandes cidades brasileiras viveram um surto de crescimento, necessitando de sistemas de transporte coletivo condizentes com a nova realidade.

E, o ônibus, já dava mostras que iria se transformar, anos depois, no principal meio de deslocamento da massa em todas as regiões brasileiras. Prova disso foi a chegada, ao Brasil, de muitos modelos importados, para suprir a carência dos sistemas locais que não contavam com veículos dos mais modernos e muito menos de uma indústria expressiva que oferecesse essas versões. O que predominava (e por muito tempo foi assim) eram os caminhões trajados de ônibus.

Tais modelos vindos de outros países eram considerados o suprassumo em comparação com o que era feito por aqui. Um dos que mais se destacaram foi o modelo urbano TDH 4007, produzido pela General Motors Corporation, que aportou em 1946, vindo pelas mãos da General Motors do Brasil, sendo o Rio de Janeiro, então Capital Federal, uma das primeiras cidades a recebê-lo (a empresa Relâmpago adquiriu algumas unidades para os seus serviços pelas ruas cariocas).

O respectivo veículo trazia diferenciais pouco ou nada visto por estas plagas, dando um contexto inovador ao transporte feito pelo ônibus, como o motor a diesel traseiro (Detroit 6-71) e um conjunto mecânico e estrutural que era um verdadeiro divisor de águas, pois possuía transmissão automática ou transmissão hidráulica, suspensão mais macia, desenho da carroçaria com uma estética modernista (para a época) e um layout do salão de passageiros (80 o total) que privilegiava o conforto.

Em mais um capítulo, ressaltamos a evolução do ônibus no Brasil, sempre mostrando a sua importância dentre os modais do transporte nacional.

Imagens – Acervo revista AutoBus

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