Curitiba quer novo modelo de concessão de transporte

Cidade é referência no transporte coletivo realizado pelo ônibus e quer dar novos rumos para o modal

A prefeitura curitibana e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram um contrato para estruturar o projeto de concessão dos serviços de transporte coletivo da cidade. A contratação, entre o banco estatal e a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS), tem com meta o redesenho das linhas municipais de ônibus visando aumentar a eficiência energética do sistema, além da implantação de uma solução gradual para descarbonizar os veículos da frota.

De acordo com a gestão pública de Curitiba, o processo envolve a elaboração de diagnóstico e reestruturação da rede integrada de transporte, estudo de demanda, avaliação ambiental, econômico-financeira, jurídica e institucional para a concessão, estudo de engenharia e técnico-operacional, proposição de modelo de concessão e ainda a criação de regras sobre integração com outros modais alinhados com as metas de descarbonização definidas no Plano de Ação Climática de Curitiba (PlanClima). O mencionado contrato tem valor de R$ 10 milhões e prazo de 36 meses.

Outro claro objetivo com a assinatura do contrato será proporcionar um aumento da participação dos ônibus no deslocamento da população, pois o fluxo de passageiros teve queda de 30% nos últimos dez anos, processo que se agravou com a pandemia de Covid-19.

Ônibus elétricos

Em linha com a descarbonização do sistema, a parceria entre a prefeitura curitibana e instituição financeira também visa alcançar um percentual de 33% de ônibus elétricos até 2030 e ter toda a frota eletrificada até 2050, zerando as suas emissões de CO2. Curitiba vem testando, desde abril passado, alguns modelos de ônibus elétricos, das marcas Eletra, Marcopolo, BYD e Volvo, com a definição de um investimento de R$ 200 milhões para a compra dos primeiros 70 ônibus elétricos que serão integrados à frota em junho do próximo ano.

Segundo o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa, o projeto está alinhado à estratégia do Banco de apoio a iniciativas e soluções que promovam a transição climática. “É fundamental acelerar o desenvolvimento da mobilidade sustentável no País”, sintetizou.

Para a instituição financeira, a nova concessão buscará ampliar o número de passageiros no transporte coletivo, reduzindo o uso do transporte individual motorizado. Segundo informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), o transporte público atualmente é responsável por cerca de 25% das locomoções na cidade. Com a reestruturação, espera-se que, até 2050, os deslocamentos no sistema e na mobilidade ativa (bicicleta ou caminhada) no município cheguem a 85%.

Imagem – Divulgação

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