Transformar a oportunidade em demanda real para o transporte

No contexto do transporte coletivo, a Firjan vem trabalhando, junto aos gestores públicos, para propor e adotar benefícios fiscais que visam a maior presença do gás natural na matriz energética do modal

Em recente evento sobre as perspectivas do gás no Rio de Janeiro em 2021, o
futuro desse combustível, como também o do biometano, e a construção de um
mercado propício para a expansão de negócios, a Firjan (Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) promoveu uma série de apresentações
objetivando o reforço à sustentabilidade ambiental em vários setores da
economia brasileira. O segmento de transporte foi ressaltado como de grande
importância no uso dos respectivos combustíveis para contribuir com a redução
das emissões poluentes.


Para a Firjan, há uma expectativa que o consumo de gás natural possa
aumentar dez vezes no estado num horizonte de dez anos. De acordo com
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema Firjan, ficam cada vez
mais reais os caminhos que o gás natural tem para contribuir com o País nos
próximos anos para a retomada econômica. “Além do grande volume de gás em
reserva e associado à produção de óleo, na alta produtividade dos campos do
pré-sal, por exemplo, tem papel estratégico na redução das emissões
ambientais frente a outras fontes fósseis”, lembrou Vieira. Ainda, segundo o
executivo, o gás foi eleito a grande oportunidade na transição energética de
curto prazo no Brasil.


Porém, o histórico do uso dessa alternativa nas frotas de veículos
automotores e comerciais no Brasil, ao longo dos anos, não foi nada plausível.
Celso Mattos, vice-presidente da Firjan e presidente do Sindirepa (Sindicato da
Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios) RJ, ressaltou que o Brasil tem
um grande mercado a ser desenvolvido para o gás natural e que representa o
modo de viabilizar a sua interiorização nos próximos anos em termos de
mobilidade veicular. “O novo marco regulatório para o gás natural, aprovado
pelo Governo Federal, foi amplamente comemorado pela Firjan por permitir
maior competitividade no mercado, com resultados positivos na redução dos
custos e na viabilização do maior consumo”, observou Celso.


No contexto do transporte coletivo, a entidade fluminense vem trabalhando,
junto aos gestores públicos, para propor e adotar benefícios fiscais que visam a
maior presença do combustível na matriz energética do modal. “Buscamos criar
estímulos junto ao governo e legislativo fluminense para se alcançar vantagens
fiscais que, comprovadamente, tragam resultados positivos para o Estado e
para quem está investindo na tecnologia que use o gás natural”, lembrou o vice
-presidente.


Ainda, de acordo com Celso Mattos, a Firjan tem conversado com os
fabricantes nacionais de ônibus, juntamente com o BNDES, com a finalidade de
dar suporte financeiro na compra dos veículos, o que tende a fomentar o
mercado.


Em paralelo à produção e ao consumo do gás convencional, há no Brasil o
chamado pré-sal caipira, denominação do enorme potencial de geração de
biogás vindo da transformação dos resíduos orgânicos da agroindústria e dos
centros urbanos (esgoto e lixo). Traz como grande benefício ao meio ambiente
a pegada de carbono negativa, pois é 100% renovável. A produção brasileira
(potencial) desse biocombustível está na ordem de 120 milhões de m³ por dia
(dados da ABiogás), com a diversidade de origem bem interessante e que
contribuiu com a redução das emissões poluentes. Mas, seu aproveitamento no
mercado brasileiro beira os ínfimos 2% na matriz energética. Após refinado, o
biogás se transforma em biometano, capaz de abastecer um expressivo volume
de veículos da frota nacional de ônibus urbano.


Para melhor explorar esse potencial, é preciso conectar toda a produção do
biogás, amplamente localizada no interior brasileiro, à atual rede de gasoduto
que abastece os centros urbanos. O investimento na referida rede se faz
necessário para alcançar sucesso na comercialização. Outra vantagem
encontrada no uso do biogás é que ele conta com a previsibilidade de preços,
com valores em reais, sem exposição aos mercados internacionais de
commodities ou ao câmbio. “O biometano tem um papel significativo na matriz
energética e resolve os problemas ambientais causados pelos resíduos”,
concluiu Mattos.

Imagem – Fabiano Veneza/Firjan

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