Abrindo a tampa do baú

Neste novo trecho de nossa viagem histórica, a referência pelos serviços que proporcionavam mais conforto aos passageiros

Linhas retas no padrão executivo

Na segunda metade da década de 1970, o Governo Federal, por intermédio do DNER (antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), quis estimular as viagens rodoviárias no setor do transporte interestadual e regular de passageiros com uma nova modalidade de serviço que privilegiasse o conforto.

Dessa maneira, o órgão federal (já extinto) criou uma nova categoria, intermediária, entre a convencional e leito, proporcionando maior bem-estar aos passageiros. Dentre as principais operadoras da época, a então empresa Única Auto Ônibus, pertencente, naquele período à encarroçadora paulista Caio, passou a utilizar esse tipo de serviço em sua linha São Paulo – Rio de Janeiro.

Para isso, um novo ônibus foi apresentado no Salão do Automóvel de 1976. Desenvolvido pela Caio, sob o projeto anterior de uma versão rodoviária apresentada alguns anos antes pela encarroçadora carioca Metropolitana (a marca paulista assumiu o controle desse empresa), o modelo Corcovado chegou ao mercado trazendo diversos itens inovadores, como o ar-condicionado, maior espaçamento entre as poltronas, janelas com vidros fumê, música ambiente, bar e toalete química. O valor da passagem era 60% mais alto do que o convencional.

O veículo, sobre plataforma Mercedes-Benz O-355, chamava a atenção por suas linhas estéticas retas e inclinadas, num conjunto sóbrio e arrojado.

A partir do referido período, o sistema nacional de ônibus rodoviários por linhas regulares ganhou um impulso, visando abranger as muitas regiões brasileiras, atendendo, com os serviços, variadas ligações, unindo, de norte a sul e leste a oeste, a grande extensão territorial do País.

Se hoje, temos uma poderosa rede rodoviária, composta por importantes ligações, bem como conexões intermediárias e menores, com grandes, médias e pequenas empresas de ônibus, é preciso olhar para o passado para entender como foi esse crescimento e como se deu o avanço da modalidade que tem significativa importância no desenvolvimento brasileiro.

Imagem – Acervo revista AutoBus

2 Comentários

  1. Depois do chamativo “Gaivota” (que era amado ou odiado, sem meio termo), a Caio achou por bem adotar um modelo mais discreto, mas muito bonito.

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    • Antonio Ferro

      Obrigado pelo comentário

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