Visando ter em sua frota de ônibus urbanos uma tecnologia que seja compatível com as metas de descarbonização de seu sistema de transporte coletivo, a capital paranaense começou a testar um veículo equipado com o motor movido a gás natural, como também biometano. O ônibus, fornecido pela montadora Scania, opera na linha Cabral/Portão por um período de testes de 30 dias. Segundo a gerenciadora do sistema local (URBS), essa é uma linha que transporta 10 mil pessoas por dia útil, com uma frota de 12 veículos que percorrem 26 quilômetros de itinerário.
A iniciativa do ônibus movido a gás se junta aos testes de ônibus elétricos que começaram no ano passado e fazem parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Para a Compagas, fornecedora do combustível, o gás natural, mesmo sendo de origem fóssil, é menos poluente que os combustíveis líquidos em razão de sua queima mais limpa, com menos fuligem e menor geração de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa (GEE). Em comparação com o diesel, o veículo movido a gás natural pode emitir até 20% menos CO2, sendo que a redução de óxido de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e a de material particulado (fumaça preta) chega a 85%.
O mencionado veículo expande seu período de testes na região, sendo que já havia sido avaliado numa linha metropolitana, há alguns dias, e agora passa por provas em Curitiba.
Angelo Gulin Neto, diretor da Auto Viação Redentor, operadora responsável pelos testes do ônibus, comentou que a novidade representa muitos ganhos ambientais para a cidade de Curitiba. “Esta iniciativa se soma aos testes com os veículos elétricos. Estamos buscando todas as tecnologias disponíveis com o objetivo de reduzir as emissões e contribuir para uma cidade com mais qualidade de vida. Curitiba sempre esteve na vanguarda das inovações do transporte coletivo e queremos continuar assim, com planejamento e responsabilidade”, ressaltou o executivo.
De acordo com a Scania, o ônibus em testes tem o chassi K 280, com 14 metros de comprimento, e capacidade para 86 passageiros. Ele tem o propulsor de 280 cv de potência, no regime Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e movido 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos. Ainda, conforme informou a montadora, neste momento, é o ideal para a realidade brasileira, pois se enquadra nos três pilares sustentáveis: econômico, social e ambiental. Complementando, sua configuração adota oito cilindros de gás na lateral dianteira com uma autonomia de 300 km.
Para a marca, fabricante do chassi, esta nova demonstração do veículo, na cidade de Curitiba, servirá para comprovar as vantagens da solução a gás. “Temos certeza de que estes resultados serão de interesse comum a todas as empresas que atuam no transporte de passageiros da cidade. Possuímos um pacote completo alternativo ao diesel composto por excelente produto, serviços, eficiência energética, tecnologias avançadas e viáveis, e sistemas eficazes para uma moderna e rentável gestão da operação. Tudo em uma perfeita união de mobilidade sustentável com economia operacional. Para o usuário do ônibus haverá ainda grande diferença na poluição auditiva, pois o veículo a gás é muito mais silencioso do que o similar a diesel”, explicou Celso Mendonça, gerente de Vendas de Soluções de Mobilidade da Scania Operações Comerciais Brasil.
Imagens – Divulgação/Ricardo Marajó – prefeitura de Curitiba
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