Avaliação em xeque

De acordo com o levantamento, mais de três mil passageiros das referidas capitais mostraram descontentamento no último ano com as linhas de transporte em áreas da periferia

A imagem do transporte público em três capitais brasileiras confirma que é preciso muito incentivo e investimento para se mudar um quadro negativo que acompanha o setor há um bom tempo. O Idec, ONG de Defesa do Consumidor, apresentou há pouco dias os resultados da avaliação realizada por usuários de transportes público nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, gerados a partir do aplicativo MoveCidade, ferramenta que permite que qualquer pessoa possa avaliar diversos itens do transporte coletivo que usa. Essa análise é inserida em um banco de dados que agrega todas as respostas e gera notas de 0 a 10.

De acordo com o levantamento, mais de três mil passageiros das referidas capitais mostraram descontentamento no último ano com as linhas de transporte que se concentram nas áreas periféricas em relação às centrais, que são melhor avaliadas, como ocorre na relação entre as linhas de metrô e de trens.

O Idec informou que, quando se analisa os dados da pesquisa em relação às linhas de ônibus das três capitais, também se registra o mesmo problema: os sistemas intermunicipais (que transporta os usuários de mais longe) têm pior avaliação do que nos sistemas municipais, com exceção a rede de ônibus do Rio, que opera também linhas com características de ônibus rodoviários e possuem outras características de qualidade.

O resultado evidencia, conforme relata a ONG, como os ônibus intermunicipais recebem menos atenção e investimento dos poderes públicos. Em São Paulo se destaca ainda a falta de fluidez dos ônibus intermunicipais resultados da populosa região metropolitana de São Paulo, e da falta de investimento em infraestrutura metropolitana. Hoje, a região possui apenas dois corredores.

É urgente a transformação de conceitos envolvidos com os serviços de ônibus urbanos no Brasil. O modal é extremamente importante para se alcançar uma mobilidade eficaz e sustentável, dentro da lógica do desenvolvimento orientado por ideais que favorecem o bem-estar dos habitantes das cidades. 

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