Já estamos, praticamente, em meados do ano (a cada dia percebo que ele voa e não corre – será crise da idade?) e o que constatamos que houve de resolução para os problemas envoltos do transporte coletivo realizado pelo ônibus? Sempre uma pergunta, né?
Vou ser prático. Pouca coisa de solução ou quase nada (copo meio cheio ou meio vazio?), para ser sincero. No segmento urbano, pelo lado financeiro, as cidades continuam com suas ajudas para manter os sistemas em pé ou melhor, rodando, não deixando quem mais precisa da mobilidade coletiva na mão ou a pé. Além disso, tarifa zero é um meio de proporcionar melhores condições econômicas e oportunidades para o público que tem que se deslocar em suas tarefas diárias ou, para o gestor público, conquistar a aprovação política, desde que haja orçamento suficiente para isso.
Ainda, no quesito transporte coletivo urbano, o busão nosso de cada dia continua não recebendo atenção dos prefeitos quanto a promover eficiência operacional, por meio de vias segregadas, aquelas que lhes conferem velocidade, reduzindo os tempos das viagens. “Resurtado”, como diria meu pai, o desempenho continua daquele jeito que conhecemos.
Se falarmos de eletrificação ou mesmo da possibilidade de transformarmos os sistemas livres das emissões poluentes, continuamos a ver a indústria querendo vender (ônibus elétrico), os prefeitos em ações de status para mostrar que estão compromissados com o meio ambiente, a carência de infraestrutura para o abastecimento energético, as dúvidas sobre quem vai bancar o investimento (que não é barato) e o desinteresse por outros modelos que podem, sim, contribuir com o transporte limpo (digo biocombustíveis). Não me julguem, pois tratam-se de constatações vindas deste editor. Será que preso nos congestionamentos, esse modelo de transporte terá valia?
Quanto ao transporte rodoviário, o Brasil tira de letra e é expert no desenvolvimento e operação dos melhores veículos, com transportadoras que se preocupam em disponibilizar aos seus passageiros inovações e serviços que se destacam pelas características da segurança e do conforto.
Pelo lado dos fabricantes nacionais, não há dúvidas que fazem o que é adequado ao mercado, sempre pensando em atender as demandas de cada setor com seus interesses específicos, com produtos relacionados aos serviços e os nichos de operação. Se há procura, há produto. Tarefa dada, tarefa cumprida.
Neste, quase meados de 2024, o pleno funcionamento dos sistemas urbanos, ainda, continua comprometido com a falta de observação aos preceitos da prioridade aos ônibus no tráfego viário, sempre disputando espaço com outros modais motorizados. O ano se vai e os investimentos em infraestrutura continuam politizados, sem o modal receber a devida atenção dos prefeitos. O Governo Federal disponibiliza o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para o incentivo aos diversos segmentos relacionados – infraestrutura, veículos, tecnologia etc. Mas, depende das decisões dos mandatários públicos municipais quanto a investir no transporte coletivo.
E, sobre a tecnologia, ahhh!!!, isso temos de sobra e sabemos produzir a melhor em termos de gestão, monitoramento e controle operacional, com empresas dedicadas a desenvolver recursos que provocam o bom desempenho dos serviços. Restam aos gestores públicos do transporte ter a sapiência na utilização de todas essas ferramentas. Portanto, 2024 não deixa a desejar a respeito do que o segmento pode ter para o seu benefício.
Em mais alguns meses teremos uma grande feira que ressaltará a indústria brasileira do ônibus e toda a sua capacidade em projetar, criar e produzir os mais modernos conceitos que impactam, de maneira positiva, na mobilidade coletiva nacional. É lá, que veremos tudo o que será proposto para que as cidades e seus sistemas de transporte coletivo sobre pneus se modernizem e avancem em direção à uma mobilidade eficiente e sustentável. Que sejamos ouvidos!!
Lembrando – Transporte coletivo não pode ficar a mercê de decisões judiciais que comprometam-lhe a sua essencial finalidade, que é dar um deslocamento digno e qualificado às pessoas.
Imagem – Reprodução
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