Pela melhor mobilidade nas grandes cidades

As cidades precisam promover eficiência, previsibilidade e modernidade ao transporte coletivo

Antes de se pensar em tecnologia inovadora, disruptiva e sustentável, é preciso dar condições adequadas para que elas promovam vantagens e favoreçam o sistema de transporte coletivo urbano, bem como os seus passageiros. E, investir em infraestrutura de mobilidade (digam-se corredores exclusivos para ônibus) e melhorar a qualidade do serviço são aspectos que devem ser observados nesse princípio para dar mais valor ao que o ônibus pode proporcionar.

Nisso, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) e o Ministério das Cidades anunciaram a elaboração do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana para o transporte público em 21 metrópoles brasileiras, com população superior a 1 milhão de habitantes. De acordo com a instituição financeira governamental, o mencionado trabalho identificará dezenas de projetos de média e alta capacidades em todas as regiões do Brasil, além de abordar a otimização e integração das redes de transporte, alternativas para financiamento do sistema e a gestão coordenada entre os entes federativos.

Felipe Borim, superintendente da Área de Infraestrutura do BNDES, disse que o estudo será essencial para mapear os projetos de alta e média capacidades, como os sistemas de BRT (Trânsito Rápido de Ônibus) nas maiores regiões metropolitanas do País, contribuindo para a redução do déficit histórico de investimentos no setor, que atinge pelo menos R$ 300 bilhões de reais, segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em 2023.

Com perspectiva de longo prazo para até 30 anos, o Banco investirá R$ 27,8 milhões não reembolsáveis para realização do estudo, por meio do seu Fundo de Estruturação de Projetos. A intenção é promover a parceria da União com as regiões metropolitanas para viabilizar projetos, além de impulsionar investimentos em mobilidade urbana nas cidades.

Falar de mobilidade urbana tem sido um marco propalado por especialistas e políticos de plantão que enxergam no assunto a oportunidade de ganhar votos. Contudo, o incentivo ao uso do transporte motorizado individual tem crescido, fazendo com que o tema da qualificação do transporte coletivo fique apenas em palavras impressas ou virtuais.

Imagem – Ronaldo dos Santos

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