Para a Abiogás, o mercado do transporte mostra interesse pelo biometano

Em Fórum de Biogás, o destaque ficou por conta do biocombustível com alternativa ao diesel no setor de transportes

O biometano foi pauta debatida e ressaltada durante o 11º Fórum de Biogás, realizado no Rio de Janeiro, recentemente, junto ao setor de transportes. Especialistas observaram sobre a sua viabilidade econômica e ambiental, especialmente em um momento em que o mundo busca soluções sustentáveis para a descarbonização.

Segundo a Abiogás, entidade que reúne as empresas produtoras de biogás, embora ainda não seja amplamente utilizado, o biometano começa a ganhar espaço, especialmente entre as indústrias que têm substituído o diesel por esse combustível para reduzir os custos e emissões em seus transportes. A presidente da ABiogás, Renata Isfer, ressaltou que muitos participantes do mercado estão estudando o biocombustível como uma opção viável e promissora. “A principal vantagem é a comparação entre os custos do biometano e do diesel. Quando olhamos para a substituição, ela representa ser economicamente mais interessante, além de contribuir para a descarbonização”, disse a executiva.

A entidade representativa salientou que, no entanto, o setor ainda enfrenta o desafio clássico do “ovo e da galinha”, sendo que o desenvolvimento da infraestrutura de abastecimento e a demanda por caminhões e ônibus movidos a biometano precisam crescer simultaneamente. “Ninguém quer investir em infraestrutura sem a garantia de demanda, e ninguém troca sua frota sem a infraestrutura adequada”, sintetizou Renata.

Ainda, segundo ela, o governo federal tem trabalhado, ativamente, para viabilizar essas rotas ecológicas. “Um grupo de trabalho foi criado para desenvolver uma política pública que impulsione o uso do biometano no transporte. Percebemos que as conversas avançaram bastante”, comentou Renata.

Essa mobilização pública se transformou, há poucos dias, na Lei do Combustível do Futuro, instrumento jurídico que visa dar ordenamento e incentivo à economia de baixo carbono. O texto integra políticas públicas do setor de transportes, como a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa de Mobilidade Verde (Mover), o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve).

No caso do biometano, o Brasil tem enorme potencial de produção e uso desse modelo de combustível, capaz de transformar o lixo e poluição em forma limpa de propulsão. Tecnologia de motores já temos, restam investimentos e ações para a infraestrutura necessária de produção e distribuição desse gás renovável, que é excelente para a tração de ônibus e caminhões brasileiros. Não podemos pensar, apenas, em eletricidade como a única maneira de promover a descarbonização de nossa mobilidade comercial. Há outras opções viáveis e eficientes que podem contribuir com a causa. Trata-se de uma questão de bom senso.

Imagem – Divulgação

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