A empresa gaúcha SOHA nasceu como start-up com um produto na área do transporte, lançando, em 2014, com o nome de Féria, um rastreador que é instalado em táxis atuando com sensores de ocupação e integração com o taxímetro, apresentando para o proprietário do táxi o faturamento preciso, mesmo quando o motorista não ligava o taxímetro. O nome SOHA, SO de software e HA de hardware, foi criado por seus fundadores, Felipe Foliatti (cientista da computação) e Renan Signor (engenheiro eletricista), por entenderem que havia uma oportunidade de mercado unindo as duas especialidades.
Ainda instalada na Tecnopuc, polo tecnológico da PUC RS, teve uma aproximação com a Viação Ouro e Prata que a desafiou para customizar a sua tecnologia utilizada no táxi no ônibus rodoviário. Dessa maneira, dava-se aí a sua inserção ao segmento do ônibus para a instalação de tecnologias embarcadas. “Com o desafio proposto pela Ouro e Prata, criamos o Saving, solução de controle de ocupação e uso de cinto de segurança para ônibus, vans e linhas pesadas. Após isso, apresentamos nosso projeto e, também, a nossa capacidade de desenvolvimento de projetos para a Marcopolo. A partir daí evoluímos também em desenvolvimento específico com a engenharia, cocriando soluções e desenvolvendo produtos em conjuntos para atender as demandas de transporte”, disse Renan Signor.
De acordo com o engenheiro, a segurança é tema fundamental nas operações rodoviárias e a tecnologia criada contribui demais com essa demanda. “O Saving é uma solução para controle de ocupação e uso de cinto de segurança. Ele traz a versatilidade de ser um sistema de fácil adaptação em frota rodante, sem a necessidade de desmontar a poltrona. É uma solução plug-and-play, onde é necessário apenas fixá-la embaixo da poltrona. Por esse mecanismo, sem contato, detecta o passageiro. Além disso, a comunicação entre os módulos da solução é wireless, diminuindo consideravelmente o número de fios e facilitando a implantação”, disse Signor.
Ele, ainda, explicou que no painel do motorista, por meio de um display, o mapa do ônibus é apresentado para o mesmo, informando quais poltronas estão ocupadas (com ou sem cinto de segurança afivelado). “E, ao mesmo tempo que é apresentado ao motorista a informação de ocupação, a mesma é sincronizada com Cloud do Saving, com dados de geolocalização e velocidade em tempo real, trazendo, assim, uma visão do que realmente acontece no ônibus, sobre algum risco envolvido na operação e quantidade de passageiros transportados”, observou.
Ainda, em se tratando de ônibus, a empresa dispõe de um outro recurso para otimizar as operações. Trata-se do Dutosmart, sistema de equalização de temperatura interna das carroçarias, um projeto exclusivo para a Marcopolo. Segundo Signor, a ar-condicionado é um componente fundamental para o ônibus, fazendo a renovação do ar e, também, o condiciona para tornar a viagem mais agradável. “Porém, durante a viagem, há disparidade de temperatura interna no ônibus e ela se dá por diversos fatores – pelo sol incidindo com mais intensidade em um dos lados, zonas mais próximas do motor e condições naturais do próprio ônibus. Essa disparidade de temperatura pode atingir até 8º de diferença de uma área para outra. A Marcopolo queria resolver de uma vez por todas este desafio e como não existia uma solução de mercado, iniciou o desenvolvimento que permitisse a equalização da temperatura interna do veículo em tempo real. Com o seu time interno de engenharia buscou uma parceria com a empresa SOHA, que juntos desenvolveram o DutoSmart, que atua internamente no duto do ar-condicionado, mantendo a temperatura homogênea, compensando as variações de carga térmica ao longo da viagem. Esse é um item que, agora, já é opcional da linha Paradiso G8 da fabricante”, informou o engenheiro.
Além do segmento dos passageiros, a SOHA atua na área de logística, com uma plataforma de roteirização de cargas utilizando Inteligência Artificial. Para Signor, a SOHA salienta a inovação e a entrega daquilo que é bem-feito, tendo um olhar especial para a técnica das suas soluções, sobretudo em relação a qualidade e o desenvolvimento de demandas dos clientes, sempre com o destaque de conseguir entender os problemas de tecnologias e desenhar uma solução robusta. “O mercado está sempre buscando soluções que resolvam, de fato, um problema. No transporte, não é diferente. Estar atento, ouvir e usar são práticas que fazemos muito. É a estratégia para criarmos soluções viáveis. E Inteligência Artificial tem se provado uma ferramenta importante para a eficiência. Nesses últimos anos, temos trazido a IA como poderosos mecanismos em nossos trabalhos, como é o caso do Roteiriza.ai. para alcançarmos competitividade no mercado”, finalizou.
Imagens – Divulgação
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