A iniciativa do Governo de Goiás em apresentar um novo modelo de propulsão limpa para ser usado no sistema de BRT da capital, Goiânia, marca mais uma etapa do avanço na modernização e sustentabilidade. A ação está alinhada ao posicionamento da administração pública em estabelecer o Estado como referência em mobilidade sustentável, a exemplo do que já é praticado em Londres (Inglaterra), Estocolmo (Suécia) e em Curitiba (Paraná).
O diretor-executivo do Consórcio BRT, Laércio Ávila, comentou que a aquisição de ônibus movidos a biometano é um projeto que está pautado nas diretrizes da Nova Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (Nova RMTC), e visa, também, ampliar a matriz energética do Estado. “O Estado está investindo na renovação da frota dos ônibus do transporte coletivo, substituindo por veículos que atendem às normas do padrão Euro VI e, também, que utilizam energias renováveis, como é o caso dos elétricos e, agora, os movidos a gás biometano”, disse.
Segundo a gestão pública, as estações de abastecimento de biometano são semelhantes às de Gás Natural Veicular (GNV), cumprindo com rigor a legislação vigente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Tal estrutura foi implantada em área aberta e ventilada, contando com monitoramento 24 horas, vigilância patrimonial, prevenção de vazamentos, válvulas de despressurização e proteção dos cilindros.
Ávila acrescentou que a HP Transportes, uma das cinco concessionárias que atuam em toda região metropolitana, já adquiriu um veículo articulado movido a biometano, que deve ser entregue até julho e permanecerá definitivamente na frota. “Nós estamos testando esse sistema ainda, buscando os parâmetros que atendam às nossas necessidades. A verdade é que esse é um primeiro passo para que um projeto maior venha a surgir, assim como aconteceu com os elétricos”, afirmou.
O veículo que começou a ser testado tem chassi Scania, com autonomia de 295 quilômetros. A fase de testes é importante para a realização de possíveis ajustes técnicos e adaptação do veículo às rotas e características de Goiânia e das cidades do Entorno da capital.
O Governo Goiano explicou que o biometano é obtido a partir da purificação do biogás, um gás resultante da decomposição de matéria orgânica, sendo que o processo acontece em biodigestores, que transformam resíduos como esterco, restos agrícolas, lodo de esgoto e lixo orgânico em energia renovável. Resíduos orgânicos são depositados em biodigestores, onde bactérias realizam a digestão anaeróbica (sem oxigênio). E o estado de Goiás é o terceiro maior produtor de etanol no Brasil, com uma cadeia sucroenergética já bastante desenvolvida, sendo que a vinhaça resultando da produção do combustível é uma excelente fonte para a obtenção do biometano.
Outro detalhe é que o terreno onde os ônibus ficarão é uma área de 11.889,97m², onde foram pavimentados 6.847,30m² para acomodar 35 vagas, sendo 15 para veículos articulados e 20 vagas para ônibus convencional. Toda a área foi cercada, com o objetivo de restringir o acesso a este novo espaço, garantindo assim uma operação adequada e segura dos ônibus do transporte público coletivo.
Imagens – Divulgação
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