Segundo pesquisa realizada pela Quest Inteligência em conjunto com o GAESI / USP, a maioria dos usuários da modalidade Uber Juntos utilizava o sistema público de transporte.
A pesquisa, que abrangeu todo município de São Paulo, ouviu 351 usuários do aplicativo Uber, na modalidade Uber Juntos, no período de 18/02/2019 a 19/04/2019, entrevistados durante seu trajeto pela cidade.
O objetivo do estudo foi verificar a aceitação e a origem dos usuários, além de analisar os impactos em outros meios de transporte devido a introdução desta nova modalidade. O custo das viagens é o principal atrativo apontado pelos usuários que em 49% das viagens pesquisadas, obtiveram custo inferior a duas tarifas do transporte público em São Paulo (R$ 8,60), sendo R$ 9,46 o custo médio dos deslocamentos pesquisados.
Baixa ocupação de veículos e deslocamentos curtos proporcionam ao usuário a sensação de conforto inerente ao transporte individual, quesito que apresentou avaliação mais alta na pesquisa comparativa de qualidade com o transporte público.
Em média, as viagens do Uber Juntos percorreram 5,6 km e contaram com apenas 1,4 passageiros de ocupação, excluindo o pesquisador. Isso mostra que, apesar de “juntos” em seu nome, na maioria absoluta das viagens não é necessário que um passageiro compartilhe seu banco com outra pessoa.
O estudo também demonstra que a maioria dos usuários do Uber Juntos são oriundos do transporte público, como apontam dois dados pesquisados: o primeiro revela que antes do Uber Juntos, 62% dos usuários utilizavam o transporte público para realizar o mesmo deslocamento, sendo que metade deste número não selecionou nenhum outro meio, ou seja, eram usuários exclusivos do transporte público. O segundo resultado mostra que quando questionados sobre qual a alternativa para o mesmo deslocamento, pós uso da ferramenta, 94,5% da amostra ainda consideraria o transporte público, como primeira ou segunda opção.
A pesquisa ainda aponta que depois de ser inserido neste novo contexto de transporte, 95,2% dos utilizadores se transformam em usuários frequentes da ferramenta, com 4,8% de novos usuários, que dificilmente voltarão a se locomover de forma “analógica”.
Esta conjunção de dados aponta para uma migração permanente de usuários do transporte público para um transporte semi-individual.
Entre as finalidades de utilização do serviço, destacaram-se os motivos: trabalho, com 45,6% e lazer, com 19,9%. A frequência de uso apontada foi de 3,8 viagens por semana na modalidade.
Fonte – Quest Inteligência e o Gaesi/USP
0 comentários