Mercado externo é o destaque

A revista AutoBus conversou com André Armaganizan, diretor de Operações Internacionais e Vendas da Marcopolo, sobre o atual momento do mercado externo atendido pela marca brasileira por intermédio de suas unidades fabris

Reportagem especial

Enquanto no Brasil o mercado de ônibus mantém um ritmo mais lento, afetando todas as operações das principais encarroçadoras locais, o mercado externo tem sido uma saída para algumas fabricantes de carroçarias. A encarroçadora gaúcha Marcopolo, por exemplo, apresentou crescimento de vendas em suas operações no exterior no terceiro trimestre deste ano, com volumes de R$ 284,7 milhões contra R$ 164,0 milhões no período referente ao ano de 2020, um aumento de 73,6%. Em termos de produção, suas unidades externas somaram 696 unidades, quase o dobro do volume produzido no terceiro trimestre do ano passado.

A revista AutoBus conversou com André Armaganizan, diretor de Operações Internacionais e Vendas da Marcopolo, sobre o atual momento do mercado externo atendido pela marca brasileira por intermédio de suas unidades fabris localizadas na Argentina, África do Sul, Austrália, China, Colômbia e México. Segundo ele, esse movimento positivo do mercado externo se deve a confiança do transporte em aumentar as viagens, da imunização das pessoas e da reabertura de fronteiras. “Trata-se de um incremento positivo em função da retomada do mercado de maneira gradual, que tem levado nossas unidades a aumentar suas produções”, observou.

Como detalhe interessante em sua presença externa, as unidades da África do Sul, Austrália e China são 100% consolidadas. Na Argentina, a participação da Marcopolo está em 70%, no México 74% e 50% na Colômbia.

Segundo informou a encarroçadora, a Marcopolo África do Sul conseguiu atingir o ponto de equilíbrio a partir da reestruturação da operação, também com perspectivas positivas para os próximos trimestres e a Marcopolo China mostra retomada gradual de vendas, inclusive com a abertura de novos mercados.

Recentemente, a planta chinesa forneceu novos ônibus para a Tanzânia, na África, com o desenvolvimento de um novo modelo focado nas necessidades e características do mercado africano, o X1200, tendo objetivo de ampliar sua presença no continente, no qual a marca brasileira é reconhecida pela robustez, segurança e qualidade de seus produtos.

O veículo teve destino para os clientes Super Feo e Selous Express, atendendo as normas da legislação da Tanzânia, para ser utilizado no trajeto entre a capital Dar es Salaam e o sul do país (região de Songea). Ao todo são oito unidades que contam com chassi Scania F360 6×2, 12,5 metros de comprimento total, poltronas revestidas em couro ecológico com tomadas USB. “Estamos fortalecendo nossas operações internacionais. Na China não é diferente. Nossa estratégia é integrar as operações, disponibilizando produtos adequados com o que cada mercado necessita, com produtos desenvolvidos globalmente”, disse Armaganizan.

A venda para o país africano, segundo o executivo da Marcopolo, permite que a planta chinesa possa ter maior oportunidade de negócios, com produtos competitivos e adequados à países mais distantes, como a própria África. “Com isso complementamos as nossas operações, numa composição de plantas fabris que visa a participação global da Marcopolo. A nossa fábrica chinesa produz carroçarias rodoviárias e também versões urbanas, com vistas para a eletromobilidade, aspecto que tem se tornado expressivo nos últimos tempos para o transporte coletivo em cidades, na China e pelo mundo”, explicou.  

Desde 2013 a marca brasileira produz ônibus em sua fábrica chinesa, sempre com vendas internacionais, atendendo principalmente os mercados africano, australiano, etc. “Estamos reestruturando a nossa planta chinesa para podermos atender também as vendas locais”, sintetizou Armaganizan.

Em termos de outros mercados, o argentino tem destaque para a encarroçadora, principalmente no segmento rodoviário, com veículos dotados de dois pavimentos. A Marcopolo, após concretizar a aquisição da empresa Metalsur, já atua naquele país para adotar toda a sua filosofia de administração e produção, com a sua identidade própria, dentro da estratégia comercial amplamente conhecida pelos valores e qualidade disponibilizados aos clientes. O diretor de Operações citou que, além das carroçarias rodoviárias, os modelos urbanos também serão produzidos por lá, visando uma maior participação do market share. “Estamos reformulando e investindo na modernização do nosso parque fabril local, com a melhoria da estrutura de produção. Nosso objetivo é ampliar as vendas de nossas carroçarias urbanas, no conceito do mercado global”, ressaltou ele.

Ainda, em se tratando de América Latina, o executivo relatou que a retomada das vendas já está sendo sentida. “Operadores de países como Argentina, Peru, Chile, Bolívia e República Dominicana já demonstraram interesse em conhecer a nova Geração 8 de carroçarias rodoviárias. Também não pensamos em acabar de imediato com a Geração 7. Vamos trabalhar na integração de vendas entre ambos os modelos”, finalizou.

Imagens – Divulgação

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