Recentemente, a encarroçadora paulista Caio divulgou suas perspectivas para este novo ano. A fabricante projeta um crescimento do mercado de ônibus entre 5% a 10%, em função à diversos aspectos, como o aumento de produção, iniciado no segundo semestre de 2022, que deve se estender ao primeiro trimestre de 2023, gerado pela normalização da produção e entrega de chassis pelas montadoras; à pré-compra de ônibus Euro V no final de 2022, para produção no primeiro semestre de 2023 (após esse período, entra em vigor o motor Euro VI); a uma expectativa de redução da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), a partir do segundo semestre de 2023, criando condições de crédito mais favoráveis; expectativa de operadores investirem em renovação e ampliação de frotas de urbanos (frotas que têm necessidade de renovação e a compra foi represada pela pandemia); e ao potencial aquecimento do mercado de ônibus elétricos.

Contudo, há algumas incertezas com o abastecimento do setor de suprimentos, de componentes como semicondutores. “Também temos a questão da norma Euro VI que, entrando em vigor, impacta no preço do ônibus completo. Isso acontece porque são necessárias atualizações em itens e no processo produtivo do ônibus, que geram custos adicionais. Esse acréscimo pode ser um fator que gere desaceleração das vendas, mas que acreditamos ser passageira, pois o Euro VI traz benefícios reais para o operador, além da menor emissão de agentes poluentes, o que é positivo para toda a sociedade. A nova tecnologia é mais eficiente no aproveitamento da queima do diesel, otimizando o desempenho do motor e a vida útil dos componentes, reduzindo a necessidade de manutenção do veículo”, explicou João Roberto dos Santos, gerente de engenharia da Caio.

Já Maurício Lourenço da Cunha, vice-presidente industrial do Grupo Caio, ressaltou que a encarroçadora espera que até o mês de março, as montadoras já estejam produzindo os chassis Euro VI, nos modelos motor dianteiro e micro-ônibus, com esses veículos homologados para produção e venda. “Com a implantação do chassi Euro VI, temos um ponto de interrogação para o próximo ano, mas se tudo caminhar do jeito que esperamos, no primeiro semestre de 2023 teremos uma boa perspectiva de produção e para o segundo semestre, iremos trabalhar intensamente para prospectar vendas. Estou confiante, otimista e acredito que 2023 será um ano melhor!”, disse ele.

Em relação ao ano passado, a empresa destaca conquistas importantes, como o lançamento da carroçaria Millennium geração cinco, para chassis de motor traseiro e central, e da nova carroceria eMillennium, para chassis de propulsão elétrica, além do sucesso de vendas da nova geração do Apache Vip, lançado no ano anterior.

A fabricante também salienta sua consolidação na liderança da produção de ônibus para o segmento urbano. Sua fatia em 2022 foi de 58,7%, comparado a 2021 (53,7%), apontando um avanço de cinco pontos percentuais. Outros aspectos também foram abordados positivamente, como a admissão de 1.200 novos colaboradores para os setores de fabricação, técnicos e administrativos. Somadas com outras empresas do Grupo Caio, foram mais de 1.800 contratações, englobando cidades da região de Botucatu, Barra Bonita, São Paulo, Betim, Guarulhos e Joinville.

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