A opção por novos combustíveis, principalmente os renováveis, no setor de transporte coletivo já chama a atenção de empresas que visam um futuro mais sustentáveis. É o caso da parceria entre a Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP) e o SENAI CETIQT, unidas num mesmo intento de promover a redução das emissões poluentes no sistema de transporte brasileiro.
O acordo inclui também uma estação de abastecimento veicular no campus da USP, na cidade de São Paulo e um dos ônibus utilizados pelos estudantes e visitantes da Cidade Universitária deixará de utilizar o diesel para ganhar células a combustível. Isso acontecerá ainda neste ano e a iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus, com o primeiro posto a hidrogênio de etanol do Brasil e no mundo.
O hidrogênio que conhecemos tem uso predominante na indústria química e é produzido em unidades industriais próximas a refinarias a partir do gás natural. No futuro, existe a expectativa que o H2 produzido a partir de energia elétrica renovável, como solar e eólica, terá um papel importante para a descarbonização de vários setores industriais e de transporte pesado.
Segundo a Raízen, o transporte deste produto é complexo, pois exige a compressão ou liquefação para armazenamento em cilindros ou em carretas, encarecendo a logística e, neste cenário, a produção do hidrogênio via conversão do etanol representa um avanço na disponibilidade de combustíveis renováveis por meio de uma nova rota tecnológica para expansão de soluções sustentáveis no País e no mundo. Neste ano, serão construídas duas plantas dimensionadas para produzir 5 kg/h de hidrogênio e, posteriormente, a implementação de uma planta 10 vezes maior, de 44,5 kg/h.
Samuel Pereira, gerente de Transição Energética da Raízen, disse que, por ser referência na produção de bioenergia, biocombustíveis e soluções inovadoras a partir do etanol da cana-de-açúcar, a empresa aposta fortemente no desenvolvimento da tecnologia de hidrogênio renovável feita com base na matéria-prima para perenizar a sua utilização em veículos no futuro. “A parceria da companhia com a USP, Shell e Hytron posiciona o hidrogênio verde a partir do etanol como um novo mercado no Brasil e no mundo. A expectativa é que com o sucesso do programa e validação da tecnologia, o etanol possa ser utilizado em ônibus, caminhões, trens e navios, em substituição ao diesel e aos combustíveis fósseis. Além da solução contribuir para a descarbonização global do setor de transporte, ela ainda abre um caminho muito importante para o agronegócio brasileiro”, observou.
Ainda, segundo explicou Samuel, devido a sua flexibilidade e grande potencial de uso, o hidrogênio a partir do etanol terá grande participação na matriz energética nas próximas décadas, principalmente por reduzir significativamente os desafios envolvidos no transporte do produto. “Esta solução caminha em conjunto com a expertise da Raízen na distribuição de combustíveis em postos convencionais: o etanol é distribuído ao posto, onde passa pelo reformador, produzindo hidrogênio renovável; e depois, é comprimido, armazenado e disponibilizado nas estações de carregamento para abastecer os veículos. Assim, essa tecnologia dispensa a necessidade de grandes mudanças na infraestrutura por utilizar um modelo de transporte que a empresa já realiza, garantindo que o hidrogênio renovável estará pronto para abastecer veículos com rapidez, eficácia e segurança”, acrescentou ele.
Imagens – Divulgação
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