A eletrificação bate às portas da marca Scania para o contexto do transporte coletivo urbano brasileiro. A fabricante, com significativo destaque quanto a desenvolver veículos idealizados para uma mobilidade sem emissões poluentes, mostra ao mercado que seu novo chassi com tração elétrica chega para ser um competidor de peso entre a concorrência.
Para seu futuro ônibus elétrico, serão usadas baterias NMC (lítio-níquel-manganês-cobalto), diferentemente da maioria das usadas atualmente no mercado que são de LFP (lítio-ferro-fosfato). Segundo a marca, as baterias de NMC dispõem de uma maior densidade de carga, o que significa menos peso total do veículo e, consequentemente, mais capacidade para transportar passageiros. E elas são modulares, facilitando a distribuição de carga, com pacotes de 104 kW/h, cada, a serem instaladas no chassi K230E. “Daremos a escolha ao cliente de equipar o produto com quatro ou cinco pacotes de baterias. Dessa forma, poderemos configurar as baterias em opções de três pacotes no teto e uma no fundo do ônibus, ou quatro baterias no teto e uma na posição traseira”, disse Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil.
O propulsor desse novo chassi é o EMC 1-2 (Electric Machine Central com duas marchas), com potência contínua de 230kW a 1.750 rpm, torque de 2.200Nm a 0 rpm (curva plana em regime contínuo) e potência de pico de 300kW a 1.400 rpm. “Não chamaremos mais de motor elétrico, simplesmente. Optamos, agora, por ter uma família de motoregenerativa, com a função de dar tração ao veículo com o pisar do acelerador e ao desacelerar ele se transforma num gerador de energia”, explicou Gallao.
A Scania prepara uma mudança em seu layout produtivo localizado em sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP) para produzir o seu novo chassi. Ainda assim, ela pensa, em sua jornada de descarbonização, nacionalizar o motor, que tem peso de 238 quilos, com um torque equivalente à propulsor a diesel de 400 cv.
Voltando ao tema da bateria, Gallao contou que no desenvolvimento da mesma houve uma demanda de tempo de dois anos, sendo um produto capaz de suprir as necessidades operacionais com novos elementos químicos que proporcionam maior carga energética e menor emissão de CO2 (70%) em seu processo de fabricação. “A bateria sempre será o componente mais pesado do ônibus, por isso temos que ter um produto com mais energia e menos peso para atendermos o mercado urbano”.

A eletrificação entra, de vez, nos planos da Scania
As baterias do novo chassi serão importadas da Suécia via parceria entre Scania e a Northvolt, que as desenvolvem em conjunto para veículos elétricos, num acordo firmado em 2017, entre as líderes em sustentabilidade. Em 2023, a Scania inaugurou uma nova fábrica de baterias em Södertälje, na Suécia, onde células de bateria são montadas para caminhões e ônibus elétricos pesados. “90% das baterias de LFP são produzidas na Ásia. Agora, com o modelo NMC, podemos produzir sob a marca da Scania para ser utilizada em nossos ônibus”, explicou Gallao.
A montadora especifica a instalação de quatro ou cinco packs de baterias, dependendo da capacidade carga ou de autonomia determinada pelo operador. Com isso, o ônibus poderá rodar até 300 km em condições severas de aplicação. Marcelo Gallao destacou que há um sistema de segurança redundante para que as baterias possam operar de maneira eficiente perante os mais diversos desafios do transporte brasileiro. O sistema de recarga utilizará carregadores de mercado, que giram em torno de 150 a 180kW. Porém, a empresa tem a liberdade para desenvolver uma solução local. “O perfeito processo de monitoramento da operação é essencial para o sucesso desse novo produto no mercado brasileiro. Queremos nos diferenciar por isso”.
Imagens – Divulgação
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