Em seu portal, a Shift diz acreditar na tecnologia em prol das mudanças necessárias para a sociedade, sendo que, dessa maneira é a oportunidade para conquistar o presente e planejar o futuro, sem agredir o meio ambiente, acreditando na experiência única, segura e moderna na mobilidade terrestre e aérea.
A empresa de transporte de passageiros por fretamento, que foi fundada em 2011 por Alexandre Pinto e o sócio, Renato Kiste, é resultado do esforço em promover a melhor mobilidade em harmonia com a sustentabilidade. Ambos os executivos trabalharam, juntos, em outra empresa de transportes do segmento de fretamento eventual, onde ficaram por muitos anos, ganhando experiência e capacidade para proporcionar negócios e operações que elevam o nível dos serviços.
A revista AutoBus conversou com Alexandre Pinto sobre o atual momento da empresa, que investe constantemente em inovações e sustentabilidade operacional. A operadora se destaca no setor ao ter, em operação, junto ao seu cliente Bradesco, modelos de ônibus com tração elétrica da BYD, com quatro unidades. Já com a outra fabricante chinesa, a ANKAI, ela fechou a compra de mais cinco veículos, sendo três com oito metros de comprimento e dois de 12 metros, todos do modelo urbano. Lembrando que se trata da primeira empresa brasileira a receber ônibus elétrico da respectiva marca chinesa.
Revista AutoBus – Em que mercado de fretamento a Shift atua, neste momento, contínuo ou eventual?
Alexandre Pinto – A Shift iniciou as atividades com foco no fretamento eventual, com 100% dos clientes corporativos, grandes multinacionais, de diversos segmentos. Em 2019, iniciamos nosso primeiro projeto de fretamento contínuo, já com um grande desafio, que era transportar mais de 4.000 funcionários diariamente com veículos 100% elétricos. Fomos a primeira empresa no Brasil a implementar linhas com veículos elétricos no mercado corporativo. Atualmente, temos nossa demanda dividida da seguinte forma – 60% eventual, incluindo atendimento internacional em mais de 100 países, hotéis 5 estrelas e grandes hotéis resorts; e 40% contínuo, com mais de 250 linhas diárias em São Paulo, em mais de 10% da frota elétrica.
AutoBus – Quais os desafios encontrados e vividos por ela dentro do fretamento?
Alexandre – Demoramos alguns anos para entender a forma de calcular, de reaproveitar veículos, os investimentos necessários, sistemas etc. Depois disso, viemos aos poucos buscando oportunidades num mercado pouco trabalhado, alcançando clientes com interesse em tecnologia embarcada e veículos novos, uma vez que não havia como brigar com as empresas do mercado, que já estavam consolidadas e com um grande volume de veículos disponíveis.
AutoBus – Defina sua estratégia comercial para se diferenciar no mercado e conquistar mais clientes. Quais as ações?
Alexandre – Temos em nosso DNA esse lado vendedor. Foi nossa formação e é onde melhor atuamos. Temos uma equipe robusta que trabalha, incessantemente, atrás de oportunidades. Após isso, nossos gestores entram em campo e customizam a operação atendendo a necessidade específica de cada cliente, oferecendo tecnologia, reconhecimento facial, contador de passageiros, portal do cliente, rádio corporativo, dentre outros produtos. Mais uma vez, algo que não se vê no mercado, uma área que ninguém, até então, mostrou interesse em investir. Temos uma spin-off (desenvolvedora de softwares e até hardware para a operação) localizada na cidade de São Caetano do Sul, com oito desenvolvedores, ontem testamos frequentemente novas tecnologias e aprimoramos nossas plataformas.
AutoBus – Há poucos dias foi ressaltado que a empresa irá investir em ônibus elétrico. Pode revelar mais sobre esse plano? Acredita que a eletrificação seja a única saída para a descarbonização do transporte?
Alexandre – Sim, como eu disse anteriormente começamos a trabalhar com veículos elétricos em 2019 e agora, por conta de um novo contrato, adquirimos mais algumas unidades de ônibus elétricos da marca ANKAI. A eletrificação é uma alternativa, mas não é a única. Dessa maneira, nós estamos compensando 800 toneladas de CO2 somente em 2024, por meio da empresa Carbon Free. Essa é mais uma alternativa a fim de mitigar toda a poluição causada por nossa operação.
AutoBus – Quais outras inovações vêm aplicando em sua administração?
Alexandre – Estamos, constantemente, participando de convenções e feiras internacionais do segmento de transporte, visitando fabricantes a fim de conhecer novas tecnologias. Um exemplo foi a recente viagem à China para conhecer a fábrica da ANKAI e entender o que poderíamos estar oferecendo para nossos clientes. Conhecemos veículos autônomos que possivelmente atenderão uma operação que temos dentro da estrutura de um grande cliente. Já iniciamos um trabalho para trazer o primeiro exemplar para testes.
AutoBus – O conceito ESG já é adotado em sua empresa? Caso sim, quais ações envolvem o seu funcionamento?
Alexandre – Sim, somos certificados ESG desde 2023, onde atuamos fortemente nas três áreas. No meio ambiente, descarbonizamos 100% das emissões consequentes das nossas operações. Usamos veículos elétricos e atendemos todos os requisitos em relação a descartes, licenças ambientais etc. Já em relação à governança, temos um conselho formado, com processos bem definidos. Tudo é informatizado e nosso corpo de gestão é formado 80% de mulheres, além de negros e homossexuais. E para finalizar, em relação ao social, apoiamos diversas ações, sendo que, há alguns anos, em especial, apoiamos o projeto Accordes, onde mais de 50 crianças e adolescentes de baixa renda aprendem a cantar e a tocar diversos instrumentos. É um projeto lindíssimo onde nos orgulhamos em apoiar.
Hoje, a Shift tem 250 funcionários, 126 veículos, dentre eles, automóveis, vans, micros e ônibus, parte deles elétricos, atuando em todo o Brasil e em mais de 150 países. Ela conta com um uma estrutura com mais de 9.000 m², sendo 3.500 m² de oficina, funilaria, lava-rápido e pintura, eletro posto para carregamento de ônibus e posto de diesel. O escritório administrativo conta com 800 m² de estrutura e mais de 80 colaboradores.
Imagens gentilmente cedidas pela Shift
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