Biometano e gás natural podem andar juntos no Rio de Janeiro

Visando a descarbonização do transporte coletivo sobre pneus, governo fluminense lança projeto para o uso dos respectivos combustíveis

O projeto “RJ Mobilidade Sustentável”, iniciativa das secretarias de Transporte e de Energia e Economia do Mar e o Departamento de Transportes Rodoviários (Detro-RJ), objetiva consolidar o Estado do Rio de Janeiro no processo de transição energética do Brasil. Dessa maneira, duas linhas com trajetos e operações distintas passam a utilizar o ônibus a gás natural e biometano em seus serviços – Rio de Janeiro x Barra Mansa, mantida pela viação Cidade do Aço; e Duque de Caxias x Barra da Tijuca, operada pela Transportes Santo Antônio.

De acordo com os organizadores do projeto, o uso de veículos a gás natural e biometano se juntará a outra iniciativa pioneira que vai viabilizar toda a operação, com o programa Corredores Sustentáveis, lançado, também, pelo Governo do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Energia e Economia do Mar, em novembro de 2023.

Já são 14 postos adaptados nas rodovias Presidente Dutra e Washington Luís, e na Rio-Magé, permitindo que caminhões e ônibus trafeguem entre os estados do Rio e São Paulo, emitindo menos gases do efeito estufa e gerando menos poluição sonora. A meta é, em breve, expandir o projeto para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Lembrando que o Estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de gás natural do País, com 73% da produção nacional, além de o segundo maior produtor de biometano, com 80 milhões de m³/ano.

Por outro lado, sabemos que a origem do gás natural é fóssil, tendo, sim, parcela de emissões poluentes (menores que a do diesel) e que o biometano é uma opção ambiental interessante, pois transforma poluição em combustível renovável capaz de abastecer a frota nacional de veículos comerciais com uma reduzida pegada de carbono. A atualidade tecnológica desse conceito se encontra avançada, com motores de última geração incorporados nos veículos.

Um exemplo de produtora de ônibus e caminhões é a Scania, que participa do projeto fluminense com os modelos de chassis K 280 e o K 340, ambos com propulsão capaz de reduzir em até 20% as emissões de CO2, principal agente do aquecimento global, em comparação ao diesel de ônibus comuns, além de quase 85% e 90% das emissões de material particulado e óxidos de nitrogênio, respectivamente, considerados poluentes associados a maior incidência de doenças cardiovasculares. “Estamos dando um grande passo, que reforça o compromisso do Governo do Estado com a transição energética. Seguiremos avançando em direção ao futuro do transporte público, trazendo soluções inovadoras e sustentáveis para a mobilidade urbana. Este ano, realizamos o primeiro fórum RJ Eletromobilidade e o Detro já vai trazer no edital de licitação das linhas intermunicipais a determinação para que parte dos ônibus utilizem energia limpa. E, no futuro, todos os coletivos do estado serão assim, com energia limpa”, ressaltou o secretário de Transporte, Washington Reis.

Katia Repsold, country manager da Naturgy no Brasil, empresa distribuidora de gás Naturgy, responsável pela estrutura para fornecimento do GNV no estado, afirmou que o apoio a esse programa, tão importante para o Governo do Estado, reforça o crédito dos Corredores Sustentáveis, que são uma solução importante, tanto em termos econômicos e principalmente em relação à sustentabilidade. “A Naturgy vem apoiando a transformação das frotas e está sempre aberta a dialogar e ver formas de como impulsionar as vendas do GNV. Nossa expectativa é que cada vez mais veículos pesados possam ser adaptados. E que o Rio lidere o processo de transição energética no transporte de carga e de passageiros”, disse ela.

Imagens – Divulgação

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