Crescimento em 2024 e otimismo com 2025

Para a Marcopolo, referência mundial na fabricação de carroçarias para ônibus, o ano que passou apresentou resultados que reforçaram sua presença significativa no mercado, tendo, ainda, uma expectativa comercial em 2025

Com um mercado apresentando volumes ainda inferiores aos maiores níveis de produção históricos, com entregas menores às previstas em segmentos importantes, como os ônibus elétricos e os veículos para o programa federal Caminho da Escola, a performance da Marcopolo, em 2024, mostra superação ampla de indicadores de receita, margens e resultados. Segundo a empresa, a gradual recuperação do mercado brasileiro de ônibus, após uma década marcada pela inconsistência e renovação inferior à necessária das frotas, traz, também, uma boa perspectiva para 2025, mesmo em um cenário de altas taxas de juros.

Em entrevista com a revista AutoBus, Ricardo Portolan, diretor de operações comerciais mercado interno e marketing da Marcopolo, ressaltou pontos importantes alcançados pela fabricante gaúcha, como a manutenção da liderança em alguns nichos de mercado, como o rodoviário e o de micro-ônibus, o aumento da produção para o mercado interno (24,7% em relação a 2023) e a alta da receita líquida consolidada, alcançando o valor R$ 8.593.800.000,00.

Segundo o executivo, os bons resultados de 2024 referem-se às ações e transformações promovidas nos últimos anos pela Marcopolo, além da apresentação de novos produtos e do mercado aquecido. “O ano de 2024 foi muito bom, tanto no Brasil, como em outros países em que atuamos. Para a empresa, o mercado brasileiro continua sendo protagonista, sendo que no ano passado os volumes comercializados foram expressivos, sendo o melhor dos últimos 10 anos”, disse Portolan.

A Marcopolo Brasil produziu 13.224 unidades de carroçarias, sendo 11.843 referentes ao mercado interno (incluído os veículos Volare) e outras 1.381 que foram enviadas ao mercado externo. Sua participação em termos de mercado nacional, por modelos de carroçarias, foi de 52,3% em rodoviários, 64,2% em micro-ônibus e 29,4% nos urbanos. “O ano de 2024 poderia ter sido, melhor ainda, se o segmento escolar tivesse confirmado suas projeções anteriores, mas que ficou abaixo daquilo que esperávamos comercializar e os ônibus elétricos, com baixos volumes. Mas, as carroçarias rodoviárias tiveram uma ótima participação de mercado, reforçada pelo conceito dos modelos G8, seguidas pelas versões urbana e de micro-ônibus”, avaliou Portolan.

A respeito do setor do transporte rodoviário, com versões pesadas, de motor traseiro, a marca gaúcha ressalta que seu share em 2024 ficou entre 65 e 70%, sendo que os operadores das linhas regulares são os que mais adquiriram a Geração 8. “Nosso sucesso nesse seguimento se deve, principalmente, pela carroçaria Double Decker, que permite aos passageiros as melhores viagens, com serviços diferenciados e confortáveis”, observou Portolan. O mercado de varejo, aquele que compra um ou dois ônibus, sobretudo para o transporte turístico, não pode ser esquecido, tendo participação de 20% nos negócios da encarroçadora.

Ricardo Portolan – Investimento contínuo em tecnologia e inovação

Sobre os ônibus elétricos para o transporte urbano, o diretor da Marcopolo comentou que algumas circunstâncias influenciaram a menor presença da marca nesse segmento de mercado, quando se esperava grandes volumes. “O mercado foi muito abaixo daquilo que se projetou, em torno de 1.000 unidades, que seriam puxadas, principalmente, pela cidade de São Paulo. Sabemos que nossa participação na capital paulista é mínima, contudo, adianto que negociamos mais de 100 unidades de ônibus elétricos das versões do Attivi Integral e do Attivi sobre chassis de terceiros. As entregas estão atrasadas, mas irão acontecer, o que nos dará a oportunidade de entrarmos num mercado que ainda não explorávamos”, destacou Portolan.

O executivo reforçou o conceito Marcopolo nesse tipo de ônibus, com tração limpa, ao afirmar que o desempenho operacional do Attivi Integral está muito bom, sendo um produto bem competitivo frente aos concorrentes. “Isso comprova que a indústria nacional está apta a atender o mercado com know how tecnológico e capacidade de produção. Os nossos modelos, tanto o modelo integral, como somente a carroçaria sobre chassis de fabricantes parceiras, revelam que estamos no caminho certo para poder atender as demandas que surjam”, afirmou.

De olho em 2025, Portolan mencionou que o mercado, no geral, tende a ter os mesmos números alcançados no ano passado, podendo, até, se pensar numa pequena alta que poderá ser puxada pela renovação das frotas urbanas e de investimentos em tecnologias para a descarbonização dos sistemas, como, também, pelo maior volume do Caminho da Escola. “Já vimos um movimento maior no setor do fretamento neste começo do ano. Além disso, as carroçarias urbanas poderão ter maiores volumes produzidos frente aos sistemas de mobilidade e seus projetos que tendem a receber investimentos”.

Neste primeiro semestre, a Marcopolo irá apresentar ao mercado as versões do Viaggio 900 e 1050 G8 com motor dianteiro

Sobre novidades, inovações e tecnologias limpas, o executivo da Marcopolo reforçou que a fabricante vem investindo em modelos apropriados ao processo da descarbonização, com opções que utilizam eletricidade, gás natural/biometano e o conceito híbrido (etanol/eletricidade), além do atendimento em nichos tradicionais de mercado. “Nossos esforços giram em torno do desenvolvimento de carroçarias configuradas para a tração elétrica com chassis de empresas parceiras, no gás natural/biometano onde teremos uma carroçaria para esse tipo de chassi com a parceria da Scania, a apresentação e o início de testes reais do nosso projeto da tração híbrida e na esteira dos ônibus a diesel com o lançamento das versões Viaggio G8 900 e 1050 com motorização dianteira”, explicou Portolan.

Mais para o final do ano, a Marcopolo anunciou que irá participar, novamente, da feira europeia, Busworld, com produtos adequados para aquele mercado, bem como na COP 30, ressaltando suas inovações e desenvolvimentos na propulsão limpa.

Imagens – Divulgação

A melhor maneira de viajar de ônibus rodoviário com segurança e conforto

Ônibus movido a biometano, por Juliana Sá, Relações Corporativas e Sustentabilidade na Scania

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