A Caravana da Integração Nacional, evento promovido pelo Presidente da República, Juscelino Kubitschek, em 1960, quis destacar a imagem de um país integrado por intermédio de vias terrestres num momento em que o Brasil dava seus passos para um desenvolvimento pautado na industrialização e urbanização.

Naquela época, o acontecimento foi determinado pela exigência de Kubitscheck que somente veículos nacionais participassem, afinal, a indústria automotiva estava se instalando no território nacional e nada melhor do que valorizar o conteúdo local.

E, pensando em reviver aquilo que foi de importante para o segmento do transporte, Bernardo de Barros Moreira e Antonio Carlos Teixeira, de Minas Gerais, realizaram um encontro de dois dias que reuniu um seleto grupo de veículos antigos, entre ônibus e caminhões, para resgatar o passado em volta de uma boa conversa num espaço localizado na cidade de Lagoa Santa, distante 36 quilômetros de Belo Horizonte, com ampla área para expositores e visitantes, coberturas, sanitários, praça de alimentação com variedade gastronômica e o melhor da cozinha mineira, especiarias de feiras e mercados, artesanato, espaço Kids e pets e muitos outros atrativos.

Bernardo de Barros Moreira (a esquerda) e Antonio Carlos Teixeira

No quesito ônibus, destaque para muitos modelos antigos, preservados com a maior dedicação de seus proprietários para manter viva a chama da história e de como o modal se desenvolveu. Sob um belo azul do céu de brigadeiro, os veículos foram atração a parte, pois representaram as muitas formas em desenho, conceitos e modelagem, além da importância de seu papel na integração brasileira, ontem, hoje e amanhã. Para os apaixonados por veículos antigos, o evento foi mais uma prova que resgatar o passado e conservá-lo vivo é o que determina a nossa trajetória de vida, de conhecimento.

Cerca de 60 veículos, na maioria ônibus, foram expostos. Quanto ao público, segundo dados da Administração do Mercadão, ao redor de 10 mil pessoas passaram por lá nos dois dias de mostra. E a Caravana da Integração Nacional (Minas Gerais) teve o apoio das empresas IVECO DEVA, TUDOR BATERIAS, AGRAMOTORS, HIDROJET, TRANSEGURO, VEMINAS e AZ SINISTROS.

Alguns ônibus antigos expostos

De acordo com Bernardo de Barros Moreira, o evento está em sua segunda edição, sendo que a primeira foi realizada em 2022 (Brasília) e nesta edição de 2025 (Lagoa Santa) reforçou o objetivo de reviver as histórias para aquelas pessoas mais antigas e mostrar como era o transporte para os mais novos. “Importante destacar a participação de alguns pioneiros do transporte mineiro, que estiveram falando das lutas, dos desafios e das glórias alcançadas pelos muitos anos de estradas. Por outro lado, o público que participou gostou demais do que viu, tendo a oportunidade de se inteirar daquilo que é tão fundamental para a mobilidade das pessoas”, afirmou.

O capricho de quem tem o interesse em preservar a memória do transporte

Bernardo, também, falou do fato histórico acontecido com a Caravana da Integração Nacional, 1960, com a inauguração de Brasília, onde hoje, há um marco na Esplanada dos Ministérios, representando aquele momento de chegada dos veículos que vieram dos quatro pontos cardeais. “Com esse primeiro encontro nacional de veículos clássicos, quero aqui agradecer quem apoiou a ideia para que a história não se perca, continue viva. As empresas que patrocinaram o evento foram essenciais para o seu sucesso, já se mostrando interessadas no futuro. E, para 2026, já estamos planejando um novo acontecimento, querendo trazer mais veículos e mais conteúdo de preservação”, ressaltou.

Antonio Carlos Teixeira, outro organizador da Caravana, comentou que o foco histórico foi determinante para que os colecionadores se interessassem pela participação dessa primeira edição mineira. “Tivemos uma resposta muita positiva de quem participou da exposição, gerando interesse, até, de manutenção do apoio dos patrocinadores para um próximo evento. Cabe lembrar que eventos dessa magnitude exigem investimentos, por isso é fundamental que contamos com esse suporte”, explicou.

Na década de 1980, este modelo da Mercedes-Benz, O-371 RSD, fez muito sucesso no Brasil

Ainda, segundo ele, esse interesse pelo apoio se dá pela forma como foi realizada a Caravana, com dedicação e atenção voltado ao público e colecionadores, que se esforçaram para trazer seus veículos e suas histórias. “Decidimos continuar com o evento em Lagoa Santa porque Minas Gerais tem uma posição privilegiada de acesso e é um grande celeiro de colecionadores de veículos antigos, caminhões, ônibus e as valiosas jardineiras, preservados da melhor maneira. E o espaço que usamos, no Mercadão, permite que a exposição seja realizada de maneira eficaz, local que oferece muita comodidade a quem comparece por lá”, citou Teixeira.

Imagens – Divulgação

O marco que simboliza um feito de luta e trabalho para que o transporte possa ter sua história preservada

Acima, mais alguns exemplos de veículos antigos (ônibus e caminhão) expostos na caravana mineira