O Metaverso e a Mobilidade Urbana. Ainda precisaremos nos deslocar habitualmente?

Um tema que podemos abordar nesse contexto é a mobilidade urbana e o quanto serão impactados os deslocamentos nas cidades? Ainda precisaremos continuar nos deslocando do ponto A ao ponto B rotineiramente?

Por Flavislei Costa

Gerente de Design de Serviços e Inteligência de Negócios

O assunto Metaverso ficou em evidência após Mark Zuckerberg anunciar sua estratégia para o Facebook e criar a empresa Meta. Porém, como esse novo momento da tecnologia irá impactar em nosso dia a dia?

Um tema que podemos abordar nesse contexto é a mobilidade urbana e o quanto serão impactados os deslocamentos nas cidades? Ainda precisaremos continuar nos deslocando do ponto A ao ponto B rotineiramente?

Percebemos que a pandemia da COVID-19 acelerou a digitalização de vários processos e o crescimento de outros. Quantas pessoas nunca haviam utilizado Internet banking e começaram utilizar impulsionados por restrições e por recebimentos de benefícios públicos?

 Observamos também o grande crescimento do ensino on-line e do home office. Quantas pessoas imaginavam não conseguir estudar sem ser no modelo presencial ou desempenhar seu trabalho sem ir para a empresa? Você conhece alguém que começou trabalhar em home office nesse período e não retornou mais para o modelo presencial?

O infográfico apresentado pela WRI Brasil demonstra como as pessoas passaram a não precisar se deslocar durante esse período;

Sabemos que esse número, com a flexibilização das medidas restritivas, já se alterou e grande parte já retornou aos antigos hábitos. Entretanto, também sabemos quem muitos se adaptaram à nova realidade e permaneceram realizando suas atividades principais remotamente.

A organização de auditoria e consultoria Grant Thornton entrevistou cinco mil empresários de 32 países. Tal pesquisa apresentou um resultado que somente 7% das empresas brasileiras descartam totalmente a possibilidade de continuar em home office, enquanto que as demais consideram de alguma forma utilizar o trabalho remoto em suas atividades, mesmo que parcialmente.

Falando sobre ensino a distância (EaD), uma pesquisa realizada pelo INEP apresentou que essa modalidade de ensino, entre 2009 e 2019, teve um incremento de 378% de novas matrículas, ou seja, já estava em aceleração mesmo antes da pandemia.

Observando esses dados, podemos imaginar que tanto a modalidade de home office e de ensino a distância podem permanecer com uma tendência de crescimento.

Considerando que os principais motivos de deslocamento nas cidades são por razões de trabalho e estudos, podemos considerar que os deslocamentos não irão retornar em sua totalidade e podemos ter uma tendência de redução conforme já apresentada em anos anteriores.

Mas e o metaverso, o que podemos pensar sobre o tema?

Iremos primeiro explorar um pouco do que é metaverso. Recentemente, quando o Facebook anunciou que irá se tornar uma empresa “Metaverso” em no máximo cinco anos, o assunto ficou em foco e começou ser discutido em todos os lugares. Mas, ainda existe muita dúvida sobre o tema.

“Acreditamos que o Metaverso será o sucessor da internet”, disse Mark Zuckerberg, cofundador da empresa.

Porém, o termo não é algo tão novo assim, pois surgiu na década de 1980 no livro “Snow Crash”, ideia que representa a possibilidade de estar em uma espécie de realidade paralela onde você pode ter uma experiência de imersão em um ambiente tecnológico, muito explorado nos ambientes de jogos virtuais.

Agora com o avanço da tecnologia, será possível ter uma redução do preço dos equipamentos de realidade imersiva e com isso gerando mais adesão ao ambiente, que pode sair somente dos jogos e ir para ambientes de compras, estudos, trabalhos e muitos outros.

A foto abaixo representa o primeiro teste do Facebook envolvendo o Metaverso em um aplicativo de reuniões em realidade aumentada.

Mas, qual o impacto na mobilidade urbana?

Acredito que o impacto é uma tendência que já estamos vivenciando, mesmo antes da pandemia, que é, a redução dos principais motivos de deslocamentos. O que a tecnologia poderá fazer é acelerar essa tendência e proporcionar ainda mais condições para esse fato continuar se concretizando.

Quando vamos a evolução de uma nova tecnologia ou aplicação da mesma, conseguimos perceber seu impacto ao longo do tempo e o tamanho da transformação que são capazes de realizar, cada vez mais em menor tempo.               

As próximas gerações que surgem após a aplicação dessas tecnologias não imaginam como era a vida antes delas, assim como para nós é muito difícil imaginar uma residência sem energia elétrica ou ainda mais recente, conseguir imaginar uma empresa competitiva sem ter acesso a internet, algo que há pouco tempo acontecia. Logo também, toda empresa terá parte de seus processos ou todos seus processos utilizando de inteligência artificial.

Devemos então considerar uma mudança na forma das pessoas em consumir produtos e serviços, fator que já foi alterado nos últimos tempos, com uma sociedade cada vez mais conectada. Esse aspecto poderá se tornar cada vez mais imersivo em um ambiente virtual.

Imagens cedidas pelo autor

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