Para a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos – NTU -, os três cortes no preço do diesel vendido nas refinarias desde agosto, que somam 12,84% de redução, anunciados pela Petrobrás, o impacto positivo sobre os custos do transporte público ainda é pequeno e gera pouco alívio sobre a pressão inflacionária que incide sobre o setor. Segundo Francisco Christovam, presidente-executivo da NTU, um terço do custo do transporte vem do diesel, e isso se reflete nas tarifas, porém as altas acumuladas desde o ano passado superam em muito essas recentes reduções. “Para sonharmos com algum efeito positivo sobre as tarifas, precisaríamos de cortes mais expressivos no custo do diesel. É preciso ainda levar em conta a situação daquelas cidades que estão com as tarifas represadas desde o início da pandemia e, portanto, com desequilíbrios econômico-financeiros a recuperar”, informou o executivo.
A entidade ressalta que os aumentos do diesel entre junho do ano passado e maio deste ano, da ordem de 80,9%, impactaram em 26,5% a tarifa pública dos ônibus urbanos, em média. Para Christovam, custo é uma questão de engenharia e de economia, enquanto a decisão sobre aumento ou redução da tarifa é uma questão política e social, é ato discricionário do prefeito ou do governador, no caso das linhas intermunicipais. “Se o poder público fixar um valor de tarifa no mesmo patamar da remuneração devida às empresas, a conta estará equilibrada. Se a tarifa pública ficar abaixo da tarifa de remuneração, que deve cobrir os custos do serviço, o prefeito ou governador terão que subsidiar os passageiros e, se necessário, buscar as chamadas receitas extratarifárias. O que as empresas têm que fazer é buscar eficiência e serviço ao menor custo possível, mas cabe ao poder público garantir o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos das operadoras, sob pena de comprometer a qualidade e a própria continuidade do serviço”, explicou.
Imagem – Reprodução internet
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