Pela primeira vez na América, o salão de ônibus Busworld ressalta a importância dos ônibus para o mercado norte-americano. Realizado na cidade de Detroit, no mês de fevereiro, em parceria com a ABA – American Bus Association -, o evento contou com diversos expositores (fabricantes de veículos e de componentes) e recebeu operadores de várias partes dos Estados Unidos e Canadá.
Numa rápida pincelada do que foi a mostra, abaixo destacamos os principais veículos mostrados, tanto para o transporte urbano, como para o rodoviário, com novidades tecnológicas sobre segurança, tração e conforto. Nota-se que os modelos mantêm a característica própria do mercado local, com linhas retas e sóbrias.
A ABC Companies, distribuidora da marca belga Van Hool nos EUA e Canadá, apresentou o Van Hool CX35, versão elétrica com uma autonomia de cerca de 200 milhas por recarga (320 quilômetros). A empresa também destacou que proporciona transformações interessantes na plataforma Ford Transit, visando a mobilidade elétrica para aqueles sistemas urbanos de última milha (1,6 quilômetro) com baixo custo operacional e infraestrutura de recarregamento elétrico simples. No estande estava o modelo Sunset Ford Transit Van EV.
Já a tradicional fabricante MCI, reconhecida no mercado norte-americano pela confiabilidade, expôs as suas versões rodoviárias, como o modelo J3500 para serviços turísticos, o J4500 Clean Diesel – apresentado na feira – e o J4500 Charge, um ônibus elétrico com autonomia de mais de 230 milhas (368 quilômetros) e avançados recursos de segurança. Tal tecnologia de emissão zero vem de seu parceiro New Flyer.
A marca turca Temsa, com sua estratégia de crescimento nos EUA, levando ainda em considerando o mercado canadense e latino-americano, mostrou modelo TS45 movido por um motor Cummins X12 com uma potência de 455 cv. Este veículo foi totalmente redesenhado durante o período cobiçoso, não passou apenas por um facelift. A fabricante, também, tem desenvolvido uma nova e muito forte rede de serviços na América do Norte para ampliar seus negócios.
A Mercedes-Benz apresentou oficialmente na Busworld North America seu Tourrider, um ônibus de 45 pés em duas versões: Business e Premium. Ele é equipado com o motor OM471 de 13 litros e 450 cv, acoplado à caixa de câmbio automático Allison WTB 500R. A segurança é fundamental no novo veículo, que substitui a linha Setra na região, com sistema de freios ABA5, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, alerta de saída de faixa, frenagem de emergência, controle de estabilidade ESP e, opcionalmente, espelhos retrovisores auxiliares, sistema de câmeras 360 graus e de alerta de ponto cego.
Um dos destaques da feira foi o modelo o H3-45, da fabricante canadense Prevost, pertencente ao Grupo Volvo. O veículo está equipado com o motor Volvo D13 de 435 cv de potência, atendendo aos mais exigentes regulamentos de emissões da EPA (órgão ambiental norte-americano). O câmbio é automático Allison de seis marchas, sendo um equipamento de série, assim como um interior luxuoso com nova iluminação e poltronas exclusivas. Completam a configuração os sistemas de segurança e assistência ao motorista, bem como o serviço telemático Volvo Connect.
Um veículo inusitado e interessante apresentado pela Ultra Coach Inc., fabricante dedicada à conversão de veículos de luxo, com sede na Geórgia, EUA, recebeu atenção. A sua versão “cutaway” é baseada em plataformas de caminhões, muito populares na América do Norte, tendo uma configuração de luxo para 56 passageiros sobre o modelo da Freightliner.
Sua suspensão foi modificada incorporando um sistema pneumático, e o interior foi pensado para atender as necessidades das escolas e faculdades, seus clientes habituais.
Dentre as conferências realizadas na Busworld norte-americana, a questão da transição energética nos serviços de ônibus foi avaliada positivamente. Segundo o que foi anunciado, até 2024, estima-se que o custo total operacional (TCO), por milha, dos ônibus elétricos a bateria cairá abaixo do TCO dos ônibus a diesel e o TCO por milha de ônibus com célula a combustível se tornará mais barato do que o TCO de ônibus elétricos a bateria, isso até 2030.
Hoje, a velocidade de adoção de veículos de emissão zero ainda é lenta, por várias razões – os prazos de entrega dos veículos são muito longos devido a problemas na cadeia de abastecimento; faltam as infraestruturas necessárias de recargas elétricas e de abastecimento de hidrogênio.
E, a questão do risco operacional, também foi enfatizada. As seguradoras não dispõem de dados adequados para segurar ônibus elétricos a bateria ou a hidrogênio, além de sua infraestrutura de recarregamento e abastecimento. Isso, ainda, levará cinco anos até que dados suficientes sejam coletados para fazer uma análise de risco adequada.
Além dos novos e mais modernos ônibus, a mostra norte-americana também ressaltou o passado, expondo um veículo de 1930, com chassi Buick e carroçaria Flxible.
Imagens – Divulgação
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