Em 1950, portanto, 73 anos atrás, a preocupação com a formação do profissional envolvido com a condução dos ônibus urbanos em Londres, Inglaterra, já era visível, sendo ressaltada pela Administração de Transportes Londrinos, autoridade pública que gerenciava todo o sistema local de transporte coletivo.
A capital inglesa, naquele ano, era considerada uma das zonas urbanas mais densas do mundo, exigindo, dos motoristas de ônibus, habilidade, segurança e tranquilidade em suas conduções. A reciclagem e o treinamento eram assuntos de extrema importância no contexto, sendo que todos os anos 4.000 motoristas passavam por esse processo.
Grandes áreas abertas simulavam o ambiente urbano, planejadas com cruzamentos, semáforos, pontos de paradas, dentre outros componentes, para que os condutores pudessem ter um treinamento em escala real. Eles tinham que passar por provas de derrapagem dos ônibus com dois pavimentos, algo inovador, para assim poderem estar em operação diária no sistema de Londres.
Cada motorista cumpria uma grade de treinamentos que durava 18 dias, lidando, diretamente, com o conhecimento sobre o chassi de ônibus, sua mecânica e a melhor forma para conduzi-lo.
Aqui no Brasil, essa atividade de suporte e formação de profissionais ganhou relevância em meados da respectiva década de 1950, quando grandes empresas, como a Viação Cometa e Expresso Brasileiro, adotam uma programação que envolvia um variado número de exames psicotécnicos, provas e testes para se alcançar os melhores e instruídos motoristas.
Em paralelo, a principal operadora rodoviária norte-americana, a Greyhound, que naquele período possuía 10.000 motoristas e 6.000 ônibus, também promovia o treinamento ao seu corpo de condutores, com o cuidado de formar um motorista mais consciente com as suas funções, aperfeiçoando-o para realizar uma viagem confortável e segura. Além disso, os profissionais que atendiam, diretamente o público, como vendedores e despachantes, recebiam, periodicamente, treinamentos para o melhor relacionamento.
Se hoje, as mais modernas transportadoras brasileiras promovem um constante aperfeiçoamento de seu quadro de profissionais de estrada, quem têm sobre suas responsabilidades a mais preciosa carga – as vidas humanas -, tudo começou lá atrás, de maneira a proporcionar a valorização dos condutores, que em muitos casos, atualmente, dirigem verdadeiras naves sobre rodas, com preços que atingem até R$ 2 milhões.
Imagem – Reprodução revista Automóveis e Assessórios
0 comentários