Em meados da década de 1960, a Viação Cometa, já considerada uma referência no mercado do transporte rodoviário de passageiros, ressaltou, nesta peça publicitária, a importância dos melhores serviços, com o objetivo de proporcionar uma viagem tranquila e confortável. Assim, uma família, como pode ser visto na chamada, tinha, ao seu alcance, todas as peculiaridades de uma boa operação.
Pontualidade para resolver os negócios ou mesmo numa viagem de férias era fator primordial para a transportadora, que sempre contou com os melhores veículos da época. Com saídas de São Paulo à diversos destinos, a Cometa e sua publicidade, destacavam o modelo de carroçaria feito pela extinta fabricante paulista Striulli, sobre o chassi GM, reencarroçado, que fora utilizado na versão completa da marca, chamada de ODC 210.
Com esse tipo de ônibus, a transportadora procurou ter um produto à altura de um outro modelo utilizado em sua frota e que foi importado dos Estados Unidos – o também General Motors, PD 4104, conhecido como Morubixaba ou chefe da tribo. E vai além. A operadora queria importar, na época, o recém lançado modelo PD 4106, uma evolução do 4104 em termos de configuração mecânica e de conforto, pois utilizava um motor V8, de 270 cv, e contava com ar-condicionado acionado por polias. Contudo, as importações estavam proibidas (a indústria automotiva brasileira já dava seus primeiros passos para a consolidação local), o que a fez desenvolver, em conjunto com a Striulli, um veículo com alguma semelhança ao que tinha interesse.
Nota-se que o desenvolvimento brasileiro levou em consideração algumas características de estética do PD 4106, com traços modernos e amplas área envidraçada, além do chapeamento externo silverside. Em termos de mecânica, a versão tupiniquim utilizou o motor Detroit, com seis cilindros, além de alguns componentes usados em outros modelos GM, também importados, como a caixa de direção e o volante das versões PD 4101 e 4103. A suspensão era composta por feixe de molas metálicas.
O projeto veicular significou a oportunidade, da operadora paulista, em investir num modelo com menor custo, aproveitando-se da sobrevida do chassi, sem se esquecer do intuito do processo de modernização de sua frota (é importante lembrar que, naquela época, poucos eram os ônibus produzidos aqui idealizados para o transporte de longa distância. Por isso, a busca pelo melhor veículo era um desafio a mais). O modelo brasileiro recebeu o apelido de Silverjet e rodou em serviços convencionais da transportadora, na linha São Paulo – Rio de Janeiro.
Colaborou – Tony Belviso
Imagem – Acervo Tony Belviso
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