Reconhecida por ser uma empresa inovadora e desenvolvedora de novos produtos e soluções para o transporte, a MTXBus, empresa gaúcha especializada na customização de chassis, proporcionando-lhes um novo caráter para atender nichos específicos, pretende entrar no segmento produtivo de veículos com tração elétrica.
A revista AutoBus conversou com Rodrigo Scur, diretor comercial, sobre os planos da MTXBus em direção aos projetos que se enquadrem no contexto da eletromobilidade. O executivo lembrou que a empresa atua desde o ano de 2000 no negócio, ouvindo atentamente as necessidades do mercado quanto ao desenvolvimento, a criação e a customização de algo que já está disponível no mercado, porém, visando agregar valor na operação da empresa de transporte de passageiros.
Revista AutoBus – Qual a visão da MTXBus em relação a eletromobilidade nos ônibus urbanos brasileiros? Como ela traça uma linha de tempo para que as tecnologias estejam comercialmente por aqui, em plena operação?
Rodrigo Scur – O ônibus elétrico é uma tecnologia promissora, mas que ainda caminha lentamente no Brasil. Imaginamos que nos próximos anos aumente a quantidade destes veículos, principalmente nas grandes cidades onde a maior demanda facilita a aquisição. Acredito que nos próximos 5 a 10 anos aumente o mercado para estes veículos no Brasil. Podemos dizer que o ônibus elétrico ainda está se estabelecendo no Brasil.
AutoBus – No tocante a projetos, no que a empresa está trabalhando nesse sentido?
Scur – A MTXBUS está focada neste momento em dois projetos em específico: um veículo totalmente elétrico e outro com tração híbrida, ambos com 15 metros, com maior capacidade de transporte de passageiros. Estamos realizando estudos sobre a distribuição de cargas para a viabilidade técnica das versões.
AutoBus – Nesse contexto de eletrificação do modal ônibus, temos hoje três versões de tração – o híbrido, o 100% elétrico a baterias e o trólebus. São opções viáveis para a MTX desenvolver?
Scur – MTXBUS tem projetos para todas as opções de tração, seja híbrida com combustíveis alternativos (biodiesel, etanol, gás natural e hidrogênio), somente com tração elétrica e os trólebus.
AutoBus – Quais são os principais desafios do conceito de ônibus elétricos, tanto em seu desenvolvimento, como na operação e introdução aqui no Brasil?
Scur – O maior desafio para a ampliação das frotas de ônibus elétrico no País se dá pelos altos investimentos necessários, tanto para a aquisição dos veículos e suas baterias, que ainda contam com altas cargas tributárias, quanto a infraestrutura para operacionalizar estes veículos. Atualmente, não existe uma infraestrutura adequada para que estes veículos operarem.
AutoBus – O simples fato de se pensar numa troca de frotas de ônibus, movidos a diesel, por modelos elétricos, envolve o fator custo. Isso não se faz de uma hora para outra. Investimento e planejamento devem andar juntos nesse momento, concorda?
Scur – Concordo, e para muitas pessoas as únicas vantagens do ônibus elétrico são referentes ao meio ambiente e ao conforto. Apesar de ainda o modelo oferecer um maior investimento financeiro sobre a versão a diesel, há diversos benefícios que podemos destacar com o uso destes veículos, como o menor custo do energia elétrica frente ao diesel. Em média, o custo de abastecimento de baterias elétricas pode ser 64% menor do que o de um tanque que consome óleo. Além disso, motores elétricos apresentam maior rendimento do que os motores a combustão; menor custo de manutenção, pois possuem menos componentes do que o motor a combustão, que exigem revisões mais seguidas; os ônibus elétricos possuem uma maior longevidade comparada aos ônibus a diesel; os motores elétricos atuam na redução da poluição provocada pelos veículos nas grandes cidades, já que não emitem os mesmos gases poluentes que os motores a combustão, que causam diversas doenças cardíacas, respiratórias etc.; há também a redução na poluição sonora, pois os motores elétricos são extremamente silenciosos.
Imagens – Divulgação
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