O ano era 1969, quando uma revolução nas cores foi promovida por dois jovens arquitetos que se lançavam no mercado da produção de identidades visuais para empresas de diversos ramos. Logo, João de Deus Cardoso e Carlos Antonio Ferro, que desde 1967 estavam inseridos na causa, se tornaram referência ao desenvolver muitos projetos que elevaram a imagem das corporações, principalmente, as operadoras de ônibus.
Esta narrativa traz o caso do Cia. São Geraldo de Viação, mineira, que por muito tempo teve presença marcante no setor em ligações rodoviárias entre as regiões Nordeste e Sudeste. Cardoso e Ferro se debruçaram na prancheta e trataram de promover algo que afirmasse, junto ao público, uma nova imagem.
Assim, o layout com asas e setas deu lugar à uma nova e inusitada proposta gráfica que fosse visível durante o dia e, principalmente, a noite para a segurança nas estradas, muitas delas com trechos perigosos. A transportadora mineira foi estimulada pela competição estruturada na qualidade dos produtos e no apelo visual das embalagens. A cor principal escolhida foi um verde com nova pigmentação, mais durável, que representava a importância das culturas do café, da cana-de-açúcar e do algodão, além de ressaltar a costa litorânea do Brasil. O projeto ainda tinha um destaque espacial das faixas em branco e laranja envolvendo a carroçaria e que deram origem ao símbolo. Naquela época, a São Geraldo investiu também na aquisição de novos ônibus, com os modelos monobloco O-326 da Mercedes-Benz e outros com chassis da mesma marca e carroçarias Ciferal.
Segundo a revista Transporte Moderno, que ressaltou essa identidade em uma de suas edições, a escolha como melhor pintura naquele ano de 1969 se deu pela harmonia, clareza, unidade de tratamento e excelente efeito visual, tendo um esquema cromático contrastante e bem realizado, com a originalidade das cores.
Imagens – Acervo João de Deus Cardoso e reprodução acervo revista Transporte Moderno
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