O Brasil se tornou um símbolo no transporte rodoviário a partir da década de 1950, quando, por intermédio de programas governamentais, instituiu políticas que incentivaram o modal sobre rodas no deslocamento de pessoas e cargas. De lá para cá, muita estrada foi construída e o País se integrou por terra, vendo seu desenvolvimento dependendo, cada vez mais, das rodovias.
Hoje, o transporte rodoviário, responsável pelo deslocamento de 65% das cargas e de 95% dos passageiros no país, se movimenta sobre rodovias cuja qualidade do Estado Geral, quanto à conservação, está com 67,5% da sua extensão classificada como Regular, Ruim ou Péssimo e 32,5% classificada como Ótimo ou Bom. É o que diz a 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e pelo SEST SENAT no final de 2023.
A avaliação negativa recai sobre as estradas cuja administração ainda está sob a esfera pública (76,6% da extensão pesquisada). Já as rodovias concessionadas (que representam 23,4% da extensão pesquisada), os altos percentuais para o Estado Geral remetem a uma situação oposta. De acordo com o levantamento, 64,1% da extensão da malha concedida foi classificado como Boa e Ótima.
Dentre os pontos críticos observados, estão as quedas de barreiras, erosões nas pistas, buracos grandes, pontes caídas e pontes estreitas. De acordo com a CNT, tratam-se de problemas na infraestrutura que interferem na fluidez dos veículos, oferecendo riscos à segurança dos usuários, aumentando significativamente a possibilidade de acidentes e gerando custos adicionais ao transporte.
O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, disse que a diferença nos resultados de classificação do Estado Geral para as malhas públicas e privadas evidencia como cada gestão trabalha o investimento nas rodovias. “Enquanto as concessões estão sob o cumprimento de obrigações contratuais estabelecidas por parte dos agentes reguladores, o volume de investimentos por parte da gestão pública depende de agenda orçamentária e de prioridades estabelecidas pelo gestor”, explicou.
Para a CNT é necessário continuar mantendo investimentos perenes e que viabilizem a reconstrução, a restauração e a manutenção das rodovias. O levantamento de 2023 avaliou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, o que corresponde a 67.659 quilômetros da malha federal (BRs) e a 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais.
A CNT disponibiliza, ainda, o Painel CNT dos Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras, uma ferramenta dinâmica de consulta dessas ocorrências com dados dos últimos três anos. Nele, é possível acessar dados acerca da localização, quantidade, tipo e densidade de pontos críticos registrados nas rodovias federais e estaduais do País.
Imagens – Divulgação
0 comentários